quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

As mulheres gostam dos antipáticos

Ontem, no meu zapping noturno, deparei-me com o primeiro episódio do Sexo e a Cidade. O primeiro! Primeiro, não conseguia deixar de reparar nas diferenças físicas de cada personagem (até o Big!!), separadas pelo presente por muitos mais anos que aquilo que queria acreditar. Concentrei-me na tez brilhante e impecável de cada, sem rugas, nos penteados mais antiquados, nas roupas mais datadas,… Depois, deixei-me levar pela história. A dada altura, falava-se de um tipo, o Skipper, se não estou em erro, que era demasiado simpático. Confesso que a minha atenção não estava ainda a 100% concentrada na história, mas, por aquilo que percebi, o tal Skipper não arranjava namorada porque era “demasiado simpático”. Ora, já falei aqui uma vez sobre rapazes considerados “demasiado simpáticos”, mas na altura veio tudo em defesa dos mesmos, talvez porque contei um caso específico e até simpatizaram com o rapaz. No entanto, por sentir que o assunto não esgotou todo o seu conteúdo, hoje apeteceu-me retomá-lo.


Pois então, quando é que alguém se torna simpático em demasia a ponto de, em vez de agradar e atrair, causa repulsa e irritação? Qual é o limite entre o agradável e o insuportável? Vou dar-vos os meus indicadores.

Para mim, o limite é ultrapassado quando as solicitações deles são superiores às vezes em que aceitamos convites, por exemplo. Quando convida mais que as vezes em que dizemos sim? Pode ser um indicador de que a simpatia está a chegar ao limite e é melhor doseá-la.

O limite é ultrapassado quando a relação se torna unilateral: ele oferece-se para ajudar a qualquer altura e nunca é correspondido por nós.

O limite é ultrapassado quando os sorrisos são tão constantes que já nem nos lembramos como é que ele fica de boca chegada, sem aquele sorriso rasgado e estampado no rosto.

O limite é ultrapassado quando nunca responde torto, mesmo que o interlocutor até merecesse.

O limite é ultrapassado quando deixamos de o ver como potencial qualquer coisa e o colocamos na gaveta dos amigos.

O limite é ultrapassado quando, ao fim dum mês de constante contacto, ainda faz cerimónia quando está ao nosso lado.

O limite é ultrapassado quando é sempre educado, polido e cavalheiro, sem nunca mostrar, por um segundo que seja, um lado mais rebelde.

O limite é ultrapassado quando damos por nós a falar-lhe de outros homens sem ser para fazer ciúmes, e a contar-lhes a nossa vida toda.

Todos estes são indícios de que, para mim, o caminho sem retorno para a amizade se concluiu. Depois deste caminho estar feito, dificilmente se consegue retroceder: chegou-se a terras de amizade e não há hipóteses de se resvalar para a marotice. O nosso simpático é nosso amigo e não queremos nada com ele que fuja destas diretivas.

Concordam? A partir de que ponto consideram alguém demasiado simpático?

5 comentários:

  1. Epa os simpáticos demais têm sempre aquele piquinho a azedo. Afinal, queremos um homem ou uma florzinha? :P

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  2. Hummm... demasiado simpático ou um bocadinho de artificialidade? É que (quase) ninguém é sempreeee assim tão simpático :) É caso para perguntar: "Ei, e que outras emoções vêm no menu?"

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  3. Em descrição parece sempre bem alguém demasiado simpático...mas o demasiado já dá de si algum cariz menos positivo. O demasiado simpatico torna-se chato, as mulheres gostam de alguma luta de alguma discussão (não atirar pratos...mas em termos de desafio) e os demasiado simpáticos não o fazem. Já para não dizer que nos tiram espaço...por quererem dar sempre mais e mais...e todos nós gostamos do nosso espaço.

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  4. Não podia concordar mais, e é giro ver como pensam "do outro lado da trincheira". O limite é ultrapassado quando se é simpático demais à espera de receber algo em troca.

    O Big e o Skipper são o estereótipo perfeito de dois tipos de homem. Felizmente vamos sempre a tempo de mudar :)

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  5. O limite é ultrapassado quando não lhe damos resposta uma, outra e outra vez e quando acordamos já lá temos uma NOVA mensagem. Demasiado simpático. Acho que por vezes o problema é que eles se esforçam demais e nem nos dão tempo de ser nós a ter essa iniciativa, acaba por ser frustrante e desmotivador.

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