A minha, no entanto, aconteceu de forma mais acentuada aos 6 anos.
Lembro-me de, a dada altura, olhar para a minha mãe e perguntar:
- Gostas de mim?
- Claro que sim, filha.
- Porquê?
- Porque és minha filha! Então isso é pergunta que se faça?
- Pois... Já sabia que ias dar essa resposta.
- Mas não é a resposta certa?
- Não, claro que não. Tu não gostas de mim por aquilo que eu sou. Se não fosse tua filha e passasse por ti na rua, não ias gostar de mim. Se falasses comigo um bocado, não ias gostar de mim. Só gostas porque nasci de ti. Posso ser um monstro e burra, mas como nasci de ti, gostas de mim.
- Oh...
- Preciso que gostes de mim por aquilo que sou. Está bem?
- ...
- Se não, não gostes. É que eu só gosto de ti por aquilo que és.
A minha mãe lembra-me muitas vezes deste diálogo e é provável que, com os anos, o tenhamos tornado mais elaborado e complexo. Mas a verdade é que me lembro desta angústia que senti como se fosse hoje. Lembro-me de pensar que não era ninguém, que era só uma "filha".
E sei, por isso, que estes pensamentos sobre quem somos realmente podem ser transversais a qualquer idade.
Ou isso, ou então isto é a prova que crianças de 6 anos não devem beber vodka ao jantar. (estou a brincar, era só para vos acordar depois deste momento melodramático).
looooooool
ResponderEliminarSe com 6 anos já fazias esse tipo de conversa, não queria entrar em debates contigo agora :P
Admito que a conversa esteja adaptada à minha linguagem de hoje, mas a ideia era esta. ;)
EliminarTão pequenina, e tão espertalhona! Que mimo
ResponderEliminarOu chatinha. :p
EliminarDevias ser fresca... :D
ResponderEliminarSim sra.! Mas que bela conversa para tão tenra idade... ;)
ResponderEliminarCoitadinha, lol. A angústia! Começaste cedo :P
ResponderEliminarEu com seis anos só falava de macroeconomia e política externa, mas talvez fosse da sopa de cavalo cansado que me davam de manhã. Nah, também estava a brincar ;)
ResponderEliminarMeu deus, tanto drama aos 6 anos!! fazes-me lembrar a minha sobrinha ahahahah
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