quarta-feira, 1 de julho de 2015

Descobri que nunca tive saudades TUAS

Quem me lê há algum tempo, sabe que sempre me assumi, sem vergonhas, uma saudosista. A saudade sempre esteve presente na minha vida, de tal forma que, muitas vezes, cheguei a acreditar que a saudade seria psicossomática, de tal forma a sentia fisicamente como um aperto na garganta. Até que hoje... Hoje descobri que, por muitas saudades que já tenha tido da praia, do mar, do arroz de lingueirão do Dona Bia, de abraços, das pipocas do Arrábidashopping, de beijos, daquelas férias, de determinados dias, e de milhares de outras coisas... nunca tive, afinal, saudades tuas. Tenho que o admitir.

Nunca tive saudades tuasAté posso ter tido saudades dos teus beijos, do teu perfume, de momentos nossos. Mas saudades tuas? Foi tudo uma ilusão. As tuas saudades sempre foram apenas... tuas. Nunca nunca foram sentidas por mim. Repito, para que percebas bem, e sem rodeios: nunca tive saudades tuas. E isso, sim, foi algo que me deixou envergonhada. Tantas mensagens a puxar à lamechice que te mandei e afinal todas eram mentira. Dará para apagar tudo?

Confusos?

Descobri hoje, a ler este texto, que a frase "tenho saudades tuas" está gramaticalmente incorreta se nos queremos referir a sentir saudades por alguém. No limite, haverá um "tenho saudades de ti". E isto, para alguém que é, em simultâneo, saudosista, romântica e amante da Língua Portuguesa, foi um verdadeiro choque. Sinto-me uma fraude. Andei a mentir - pior, andei a roubar saudades que não eram minhas! -, e a utilizar mal o português toda a minha existência.

1 comentário:

  1. Eu tinha saudades de te ler (não estava a roubá-las a ninguém assim pois não?) :) Beijinho

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