sábado, 31 de outubro de 2015

Quem entra comigo?

Acabei de ter uma ideia para um negócio que - modéstia total e completamente à parte - é brilhante. Sei que as ideias de negócios não se partilham, executam-se, mas face à minha total incapacidade para concretizar esta ideia tão brilhante, venho por este meio pedir ajuda a quem tenha conhecimentos na área, para pormos mãos (e narizes) à obra.

Preparados?

A ideia é a seguinte: uma espécie de SHAZAM... mas de PERFUMES!! Não tem tudo para ser um sucesso? Imaginem que vão na rua e o vosso nariz se cruza com um perfume maravilhoso. Olham para o lado e a portadora do perfume parece uma antipática, convencida do pior e não querem estar a interpelá-la para a tornar mais convencida ainda. Outro cenário: sentem um perfume no ar que parece emanar dum homem que caminha sozinho e não querem passar pela vergonha de a pergunta parecer um engate rasca.

Solução? Shazam de perfumes! Ligam o telemóvel, abrem a aplicação, apontam para a origem do perfume que anseiam comprar e, em dois segundos, saberão de que perfume se trata. Todos ganham e as marcas sairão as vencedores supremas.

Vá, pessoal das informáticas e das aplicações para telemóveis, estou à vossa espera. Ok?

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O mundo precisa de pessoas imperfeitas

Quando li os Diários da Bridget Jones (há muitos, muitos anos atrás), identifiquei-me de tal forma com algumas passagens, que ainda hoje dou por mim a pensar nesses relatos quando faço o balanço do dia, quando me peso e vejo que o número aumentou, quando me sinto mais descontrolada com os doces ou quando tenho momentos de distração e vergonha pública (como hoje a vir a pé para o trabalho, em que fiquei com um dos saltos presos num paralelo e tive que dar dois passos descalça em frente a um grupo de trolhas com ar libidinoso).

Quando li os Diários, identifiquei-me mesmo com a personagem que o escrevia e, basicamente, pensei - "Olha, não estou sozinha!". Havia mais alguém cheio de aspirações a tornar-se melhor, mais magro, mais organizado, mais bem sucedido profissionalmente, menos desastrado, mais tudo, mas com a consciência de alguma preguiça e comodismo a limitarem todos esses desejos de melhoria pessoal. A Bridget tentava cozinhar, mas era péssima na cozinha. Queria ser magra, mas mantinha-se sempre com um ou dois quilinhos a mais. Queria ser segura de si, mas tinha sempre um quê de trapalhona. A Bridget não fazia desporto dia sim, dia não. Não comia salada às refeições. Não dizia "não" a um copo de vinho. E tinha dúvidas existenciais que a tornavam, aos meus olhos, a prova que realmente... eu não estava só!

Há dias, dei por mim a constatar que estou, de facto, carente de referências assim. As minhas referências tornaram-se perfeitas e focadas. Não há pessoas imperfeitas - estarão perto da extinção e ainda ninguém deu por ela? Hoje, pela internet fora e pelas estantes das livrarias, contam-se calorias. Apresentam-se receitas saudáveis. Pratica-se o "mindfulness". Negam-se as "bombas calóricas" ou só se admitem numa única refeição por semana. Correm-se quilómetros. Correm-se maratonas! Vai-se ao ginásio antes do trabalho. Colocam-se pestanas postiças. Ensinam-nos a maquilhar-nos impecavelmente em casa. Há tempo para unhas de gel de quinze em quinze dias (eu não pinto as unhas há meses!!). Cabelo impecável. Mantém-se o peso. Seguem-se as modas. Vai-se ao restaurante do momento. Sorri-se para as redes sociais. Braço dado com o nosso amor, com quem se está em perfeita sintonia e paixão louca contínua. Sem rugas. Sem olheiras.

E as Bridget Jones deste mundo? O que feito das pessoas imperfeitas O mundo (ou serei só eu?) precisa de pessoas imperfeitas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Culpada!


Isto sou eu, no final do dia: abro o frigorífico: "hmm, há legumes e fruta, podia fazer um sumo de laranja, podia fazer uma sopa de alho francês, podia fazer uma salada, podia fazer um sumo detox, podia... ohh, olha, há esta pizza! vou aquecer, ok?".

O que vale é que durante o dia até me porto bem. O que vale é que a preguiça à hora de almoço é menor e como sopa praticamente todos os dias, pratos saudáveis e até consigo comer umas peças de fruta ao longo do dia. Se não, era uma baleia com pernas. Juro! O mix preguiça + fome noturna mata-me. E enquanto os nutricionistas não vierem a minha casa à noite esconder-me as porcarias e fazer-me o jantar, acho que não há grande volta a dar...

Isto é tudo muito bonito, mas eu posso tentar ser saudável, desportista e inspiradora (e tantos livros, blogs e relatos na internet para me inspirar!), mas tenho para mim que hei-de ser sempre uma Bridget Jones em potência.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Esta sou eu?

Não me reconheço. Ainda estou a beliscar-me para ver se esta sou mesmo eu. Porquê?

Bem... Este fim-de-semana preparei um jantar para a família mais próxima, que serviu para inaugurar a casa nova. Eu não tenho grande jeito para fazer de anfitriã, porque não sou a melhor cozinheira do mundo nem a decoradora mais dotada. Sei disso. No entanto, este fim-de-semana achei que devia esmerar-me. Não fazia jantares há tanto tempo que achei que estava na altura de quebrar a pausa e... porque não fazê-lo em grande? Assim, meti mãos à obra. E a verdade é que, no fim, superei as minhas próprias expectativas. À hora marcada, havia flores frescas em jarras. Havia fios com luzinhas decorativas a iluminar a sala. Havia loiças bonitas a serem estreadas. Havia talheres novos que viam finalmente a luz do dia e saíam do faqueiro, onde estavam há três anos (presente de casamento!). Havia copos para todo o tipo de bebidas (também presente de casamento nunca usado!). Havia entradas - muitas. E o melhor de tudo? Não foi só a decoração que até me surpreendeu a mim: a comida também sabia bem - muito bem! E ainda houve direito a bolo para sobremesa, feito a quatro mãos pelos anfitriões. Que gerou os maiores elogios e tem sido comido de forma alarve, diariamente, porque é mesmo uma maravilha.

Sim, não sou naturalmente uma anfitriã dotada. Não sou uma fada do lar. Mas às vezes temos que nos obrigar a sair da nossa zona de conforto. E este fim-de-semana aprendi que fora dessa zona podemos ter ótimas surpresas.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Combater o outono e os dias mais cinzentos

É sempre assim: pode estar um tempo espetacular a semana toda, um calor de morte que nos faz desejar estar na praia em vez de estarmos a trabalhar, mas, quando chega o sábado e a possibilidade de cumprirmos todos os desejos de ar livre, vem sempre também o frio e o mau tempo. O último fim-de-semana não foi exceção. Senti-me contrariada, porque estava cheia de planos e todos eles incluíam bom tempo. Felizmente, talvez antecipando a minha irritação (passei a semana a dizer que precisávamos de descansar da história da mudança da casa), ele tomou a iniciativa: vamos almoçar ao Cantinho do Avillez, depois damos uma volta pelo centro do Porto, e amanhã é dia de massagens, já que andamos os dois com as costas numa desgraça (montar móveis dá nisso). E assim foi.

Um fim-de-semana de turismo, passeio, procura de peças bonitas para decorar a casa nova e engorda, que só não incluiu crepes de Nutella, porque estava uma fila desgraçada no novo Nut Porto - mas incluiu gelados do Santini. Domingo foi dia de descanso, massagens a dois na Pousada do Freixo, piscina e banho turco. Soube pela vida. Soube mesmo!! Assim o mau tempo nem custa tanto...

Aqui armei-me em saudável e pedi o atum. Estava a guardar espaço para os gelados depois ;)
Com a mudança de casa, dei por mim mais atenta aos pormenores todos de decoração em todo o sítio em que entro. Aqui, a decoração do Cantinho.
Mais um pormenor de decoração, a imitar o rústico.
Flores bonitas. Só podia ser na Rua das Flores.
"Vestir bem e barato só aqui", diz a fachada do prédio... Por ironia, estavam estes dois seres vestidos de papel de alumínio, em baixo. Não percebi se seria algum espetáculo que estavam a preparar.
Pormenor dum restaurante.
Fiquei a ver os frascos através do vidro. A fila era interminável!
Relógio bonito numa loja da Rua das Flores.
Máquina de escrever. Sim, eu cheguei a escrever numa, há mil anos!
Cheirinho para o quarto da Constança, que não resisti a comprar numa Zara Home.
Mais um ambientador que não resisti a comprar.
Descanso de domingo. Podia ser sempre assim...
Lá fora, este tempo maravilhoso...
"Vês? Este relógio é parecido com aquele que te mostrei ontem", dizia-lhe eu. ;)

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Ser dona do meu tempo

Tinha mil projetos para as "férias". Metade ficou por fazer. Dedicámo-nos 100% à casa e o resto lá teve que esperar. Voltei ao trabalho, arranjei tempo para os retomar. Não é irónico? Se trabalhasse por conta própria, iria ser a pior gestora do tempo possível. Tenho a certeza que a inexistência de horários e de pressão seriam os meus piores inimigos. Um exemplo? Durante este tempo que não trabalhei, não consegui fazer nem um segundo de exercício físico... Nem um segundo! Hoje, mesmo com trabalho, consegui mexer-me, finalmente.

(Apetece-me bater com a cabeça contra a parede com vergonha de mim mesma.)

sábado, 10 de outubro de 2015

São férias, senhor?

Eu tinha visto nos filmes. Tinha visto nas séries. Tinha a imagem tão presente na cabeça que já sabia como iria ser: mudar de casa e decorar a casa nova seria romântico, divertido e motivador. Iríamos sair os dois desta experiência mais unidos e apaixonados que nunca. Sim, eu tinha visto os filmes e as cenas eram sempre mais ou menos as mesmas: ambos de ganga, ela com umas jardineiras e um top branco por baixo, cabelo apanhado num rabo de cavalo, a rirem às gargalhadas enquanto decidiam as tintas das paredes e se sujavam de forma sexy com os pincéis de tinta. Ela ficava ainda mais gira salpicada de tinta, ele ficava irresistível a martelar paredes e, no final, descobriam o quanto decorar o ninho do amor os tinha unido irremediavelmente. Eu acreditava que no nosso caso seria igual. Só que, a não ser uma ou outra imagem que recordo e recordarei para sempre com carinho, não foi de todo um processo sempre fácil, romântico, divertido e apaixonante. Foram, isso sim, quinze dias de muito suor e trabalho árduo, sem tempo para brincadeiras e gargalhadas apaixonadas. Foram quinze dias de decisões, dúvidas e decisões e dúvidas. Muitas viagens de carro de um lado para o outro. Muitas malas e sacos, e malas e saquinhos. Muitos músculos doridos. Poucas horas de sono. Muitos quilos levantados. Muitos metros medidos. E mais levantamentos. E mais medições. Pouco sono. Refeições à pressa. Devoluções. Surpresas. Bricolage. Construção. Decoração.

Valeu a pena? Sem dúvida. Tenho orgulho, muito orgulho, na casa que conseguimos começar e terminar só os dois em duas semanas. Tenho orgulho no nosso novo lar. Acho que ficou melhor ainda do que imaginávamos, superou as nossas expectativas. Mas saiu-nos do corpo, foi trabalhoso muito e duro! Hoje, para comemorar, tirámos o dia para nós os dois (a bebé ficou com os avós) e fomos passear sem pensar em mudanças. Só dar as mãos, conversar e conhecer sítios novos.
- Achas que vamos ser felizes na nova casa?
- Tenho a certeza que vamos ser muito felizes.
O processo foi difícil. Ainda para mais com uma criança que não para um segundo e que andou quase sempre connosco. Não houve jardineiras de ganga e caras salpicadas de tinta enquanto dávamos gargalhadas. Houve essencialmente concentração e suor. Mas concentração e suor que,
no fim, compensou. E acredito na palavra dele: vamos ser muito felizes aqui. 
Aqui, a nossa ajudante a montar o que sabia, enquanto nós montávamos os armários do closet.


terça-feira, 6 de outubro de 2015

Querido, mudei de casa!

Ando em mudanças, por isso tive que me ausentar um pouco do blog para me dedicar a 200% à casa nova. Depois do medo inicial que foi olhar para uma casa em branco, com o triplo do espaço da que tenho agora, e pensar se seria capaz de estar à altura do desafio, agora tudo começa a ganhar forma. A sala de estar já tem dois sofás, tapete, candeeiro e mesa de apoio. A sala de jantar já tem mesa, cadeiras, aparador e prepara-se para receber um louceiro de família. O nosso quarto já tem cama, mesinhas de cabeceira, tapetes, cómoda e prepara-se para receber cabeceira da cama e colchão. O quarto da Constança vai receber uma mobília que já era da avó e que é a coisa mais fofinha, com toucador e tudo. Estamos ainda a preparar o quarto de vestir, que é simplesmente um sonho realizado (estou ansiosa por vê-lo terminado!), um espaço de leitura, aguardamos um relógio que também era de família, falta decorar tudo e... o pior de tudo... levar o recheio da casa actual para lá.

Toda esta descrição poderia deixar qualquer decorador a salivar e a pensar nas múltiplas oportunidades que uma casa em branco permite. Esta possibilidade poderia deixar qualquer um louco de alegria, a pensar em candeeiros, tapetes, quadros, cortinas e apontamentos de design. Mas.... eu não nasci para decoradora!! Já referi isto aqui inúmeras vezes, não já? Pagava de bom grado para que alguém andasse a fazer o trabalho no terreno por mim e por só ter que dizer "sim" ou "não". "Esse tapete? Quanto custa? Ok, pode por! Esse sofá? Não gosto, próximo! As cortinas? Hmmm... Ok, experimente e, se não gostar, depois mude, por favor". Aiii... a vida seria tão melhor!!

Mudanças de pobre são mudanças em que, depois de nos inspirarmos em sites de decoração com artigos caríssimos e glamorosos, e depois de andarmos no pinterest a sonhar com uma casa luxuosa, nos atiramos para o Ikea, no meio da confusão e de milhares de pessoas, numa espécie de "self service" imobiliário, em que temos que andar a amontar as peças dos nossos próprios móveis, enquanto pensamos "mas depois com um toquezinho há-de ficar como aquela fotografia que vi ontem naquele site!".