quinta-feira, 30 de abril de 2015

E agora algo inédito, para agitar um pouco este blog

Passado quase um ano, achei que era altura de vos atualizar: uma fotografia.
De quem? Da responsável por que o próximo domingo seja diferente de todos os outros Dias da Mãe que já vivi.
Uma fotografia daquela que me deu, para além de todas as outras novidades, um nome novo também.
Mãe.
Sou mãe.
E, passado quase um ano, ainda me soa estranho, como um nome que não me pertence, uma roupa que não me serve.
Mãe.
"Vai ser o teu primeiro Dia da Mãe como mãe, não vai?", alguém me perguntou.
Vai, sim.
Por enquanto, continuo a viver o dia mais como filha e concentrada a tentar celebrar a Mãe extraordinária que sei que tenho.
Espero apenas que, um dia, alguém sinta algo próximo daquilo que sinto: um orgulho imenso de ser filha de quem sou. E um amor imenso como este que me preenche e que me preencheu sempre.
"Apenas" isso.
E, então, serei mãe com "M" grande. E, então, este dia poderá ser realmente meu também.

terça-feira, 28 de abril de 2015

De volta à realidade

Estou de volta. Estivemos uma semana fora. O destino escolhido foi a ilha do Sal, em Cabo Verde. Já lá tinha estado há sete anos e decidimos que era o destino ideal para uma viagem de descanso a três: não está muito longe (três horas e meia de viagem de avião), tem sol todo o ano, praia e, como a ilha é pequena, vê-se tudo em pouco tempo e descansa-se nos outros dias. À exceção de um grave acidente no terceiro dia (que hei-de contar a seu tempo, porque acho que é meu dever alertar para o perigo que podem também correr naquela zona), correu tudo bem e a Constança andava radiante. Cresceu imenso numa semana: aprendeu palavras novas, começou a dar mais passos sozinha, esteve sempre sorridente, comunicativa e divertida, era um prazer olhar para ela.

Agora o que custa é retomar os horários e recuperar o tempo de trabalho perdido. Eu podia ser feliz a viver de havaianas nos pés, a dar um mergulho no mar e a sentir aquele sol no rosto todos os dias. Podia mesmo...

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Selfies no ginásio

Há uma velha frase em latim que diz o seguinte: "Quod non est in actis, non est in mundo". Significa isto qualquer coisa como "aquilo que não está escrito, não existe", no sentido em que, não estando algo documentado, é como se, na prática, nunca tivesse realmente existido, porque não há registos para o mundo. Ora, na atualidade, temos a versão desta frase adaptada às "selfies": aquilo que não foi fotografado e registado nas redes sociais, não existe para o mundo.

Estava eu ontem na passadeira a tentar correr a minha meia hora à hora de almoço, quando vejo, atrás de mim, duas miúdas giras e magras a chegarem, a estenderem o colchão no chão e a sentarem-se junto ao espelho. A minha atenção teria ficado por ali caso não tivesse sido, a partir daí, bombardeada pelo flash dos telemóveis de ambas. Os restantes vinte minutos da minha corrida foram passados assim: eu a transpirar e a ruborizar-me de minuto para minuto, com o cabelo cada vez mais desalinhado, e elas sempre lindas e impecáveis, maquilhadas e com o cabelo sempre no sítio, a tirarem selfies sucessivas.

No meio disto tudo, o que me deixa mais confusa nem é a obsessão pela partilha nas redes sociais, sinceramente. O que me deixa mais confusa é mesmo perceber como é que eram tão magras sem fazer desporto... Será que as selfies fazem emagrecer? Sinto-me tentada a experimentar. É que correr até cansa...

terça-feira, 14 de abril de 2015

Nem o padre me quer aturar

Sábado fomos conversar com o padre que vai batizar a Constança. Eu sabia que a reunião estava marcada essencialmente para podermos levar os nossos documentos e prestar informações quanto aos dados de todos, incluindo padrinhos, mas aproveitei e fiz também alguma pesquisa sobre o batismo. Já que ia estar com o padre que ia batizar a minha filha, e já que não o conhecia muito bem (o do nosso casamento não pode) queria estar preparada para qualquer "entrevista" que nos pudesse fazer. Começou mal. O padre abriu a porta, eu atirei-me para lhe dar um beijinho e um abraço (tal como faço sempre que vejo o padre que nos casou) e percebi que tinha sido demasiado efusiva: o padre manteve o corpo rígido e quase sem respirar, e nem respondeu ao beijo - ou pelo menos nem me apercebi do movimento com os lábios de volta. Arrependi-me logo de me ter atirado assim, mas no ponto em que estava, já lançada nos braços (rígidos) dele, não dava para recuar. Deixei apenas uma nota mental a mim mesma: não dar beijo na despedida!

O padre foi muito simpático, mesmo muito simpático, não quero ser injusta. Tratou muito bem a Constança, sorriu-lhe muito e teve toda a paciência e tempo do mundo para nos explicar os detalhes da cerimónia. No entanto, quando resolvi trocar algumas impressões sobre o batismo, o pecado original, o limbo, os sacramentos e quanto ao bom trabalho do Papa Francisco, ouvi alguns suspiros do outro lado. A sério que sim. Ao ponto de perceber que me estava a alongar demasiado nas minhas considerações. Comecei a levar pontapés debaixo da mesa. Acabámos então por nos despedir (desta vez com aperto de mão) e, cá fora, comecei logo a levar na cabeça:
- Percebeste que deste uma valente seca ao padre, não percebeste?
- Dei nada... Falei de religião. É aquilo sobre que é suposto um padre falar...!
- Por isso mesmo. Obrigaste-o a discutir, num dia de descanso, aquilo de que é obrigado a falar nos outros dias.
- Mas eu pensei que ele queria que estivéssemos preparados.
- Estar preparado é uma coisa. Massacrá-lo é outra. Tu massacraste-o com as tuas dúvidas.

De maneira que já não percebo nada. Então não era suposto discutirmos tudo isto antes de batizarmos os nossos filhos? Ou o batismo é agora só uma festa bonita sem nenhum significado por trás? Às tantas sou eu que sou demasiado idealista... Ele diz-me que sim, que tenho que ser menos romântica na visão do mundo e mais prática. Até com os padres...!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Ideias de roupa para batizados e casamentos

A minha bebé vai ser batizada já no próximo mês. No meio de toda a correria (tratar da lista de convidados, escolher o catering, quinta, falar com o padre, ver decoração, escolher fotógrafo,...), algo começou logo a preocupar-me: e a mãe? Como é que é suposto a mãe ir vestida? A Constança já tem a roupa dela há algum tempo e vai levar uma peça de família. Quanto à roupa, não sei bem porquê, sempre associei o batizado a vestidos com tons claros, por isso, a minha primeira pesquisa foi nesse sentido. Por esta ser uma época de tantos casamentos e batizados, aproveito e partilho com vocês alguns dos vestidos que, para já, gostei. São todos da Asos. Tentei não pesquisar em marcas que me custassem os olhos da cara, porque palpita-me que já vou ter que vender os olhos para pagar a festa... Gostam de algum?





quarta-feira, 8 de abril de 2015

A minha vida dava uma comédia. Das fraquinhas.*

Há dias em que acredito que, se a minha vida virasse filme, virava uma comédia. Mas não uma comédia romântica - uma comédia só, e daquelas até fraquinhas e básicas, sem qualquer romantismo associado. Ontem foi um desses dias.

Acordei, tomei banho, preparei o pequeno-almoço e tentei vestir-me melhor, porque tinha uma reunião importante. A noite tinha sido parcialmente em claro, a preparar a reunião, mas tentei disfarçar as olheiras matinais e a falta de sono com algum corretor de olheiras e blush. Dei um jeito ao cabelo, vesti um vestido mais formal e calcei uns stilettos mais pontiagudos e de salto fino, que raramente saem da prateleira, mas que me pareceram adequados. Queria vestir-me para matar. Só não sabia que ia quase matar-me era a mim. De vergonha.

A reunião correu bem. No final, fomos almoçar. Eu tinha alguma pressa, porque queria ir ainda a casa ver a Constança (já disse que sou um bocado viciada nela?) antes de retomar o trabalho. Almocei mais rápido. Tentei justificar-me educadamente e sair com rapidez e elegância. Sabem quando queremos mostrar que somos despachadas e decididas? Fiquei-me pela intenção. Pus-me a pé e, talvez com o sentimento de culpa por estar a sair a meio ou talvez com o cansaço da noite mal dormida, virei, não para a saída, mas para a cozinha... Entrei por ali adentro, sem mais. "Desculpem!". Voltei para trás, pensando que ainda seria possível remediar o mal. Voltei a passar pela mesa de onde tinha saído. "Enganei-me na saída!". Sorrisos, acenos. Tentei andar de forma decidida para a saída correta - "Com sorte nem repararam!", disse a mim mesma. Só que... a merda dos saltos prenderam-se no tapete da porta. Fiquei ali uns segundos a tentar puxar o salto. A tentar sorrir e manter a elegância. Uma senhora ainda se aproximou para me ajudar, mas balbuciei-lhe um "obrigada" e lá me livrei do salto preso no tapete. Endireitei as costas. E puxei finalmente a maçaneta para empurrar a porta, ansiosa por sair dali. Só que.... fiquei com a maçaneta da porta na mão. A maçaneta!! Empurrei na mesma a porta e encaixei a maçaneta podre no sítio. Saí dali com vontade de morrer de vergonha e a pedir por tudo que ninguém tivesse assistido àquele momento de comédia.

A sério: qual é a probabilidade de isto tudo acontecer seguido? Qual? Tenho para mim que seria mais provável ganhar o Euromilhões, à quantidade de vezes que oiço dizer que o primeiro prémio saiu a alguém. Tenho para mim que tornar-me milionária seria mais provável que passar por aquela vergonha toda seguida. Foi a tríade: porta errada + salto preso + maçaneta na mão. Porquê eu, meu Deus? Porquê eu? Por ainda não ter batizado a minha filha? Vai ser já em maio. Dia 16. Só preciso de chegar viva e com a minha confiança intacta (já agora) até lá. Pode ser?

* Tipo aquelas em que entra a Jennifer Aniston.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Mentir ou não mentir, eis a questão

Hoje acordei bem-disposta e a pensar pregar algumas partidas. Não sei se já disse isto, mas adoro o Dia das Mentiras! Pensei em escrever o clássico "Vou deixar de escrever no blog" e tentar assustar um pouco os leitores fieis que ainda restam (restará algum?). Amanhã viria desmentir, o que serviria para os tais leitores respirarem de alívio, sorrirem e proporcionar-se um momento de boa-disposição. Só que depois abri o blog e reparei que não escrevia há eternidades (devo ter batido records de ausência)... E pensei para mim "Bem, neste momento, como estão as coisas, acho que a mentira iria pegar sem qualquer dificuldade, mais vale nem tentar, que ainda pode é correr mal para mim!!".

De maneiras que é assim... Hoje não há mentiras para ninguém! Mas há um post, o que, bem vistas as coisas, já quase parece mentira, não é? No meio dos últimos acontecimentos (queda da Constança e susto para a vida, ama que se vai embora, porque arranjou outro emprego mais bem remunerado, procura de creche e fins-de-semana fora), este cantinho tem passado para segundo plano. Os próximos dias servirão para atualizar isto devidamente.

Boas mentiras!! (mas só durante o dia de hoje, não se estiquem)