Nove meses após ter sido mãe - e tendo passado já tanto tempo não-grávida como o tempo em que estive grávida - julgo que é o momento ideal para fazer um balanço sobre a possibilidade de se voltar à forma depois de passarmos pelo processo da gravidez. Sei que uma dúvida que muitas mulheres têm é quanto a saber se vão conseguir recuperar a forma física que tinham antes de serem mães, por isso, hoje quero dar o meu contributo para o tema, quero contar a minha experiência a todas as futuras mães que me leem.
Dúvidas como:
"Conseguirei voltar a ter esta cintura? Ficarei com ancas de parideira largas para sempre? E as minhas mamas, descerão um andar ou continuarão firmes aqui no piso de cima? E a barriga? Não quero ter estrias, conseguirei evitá-las?" são frequentes. Sou mulher, agora sou mãe, e sei perfeitamente os medos que tinha. Conheço estes medos todos. Durante a gravidez, com medo de me tornar uma baleia humana, fui até seguida pela Dra. Mariana Abecasis. Achava que andava a comer de forma desalmada e que iria chegar facilmente aos 80 kgs, se não tivesse alguém a dar-me na cabeça. Na verdade, a Dra. Mariana serviu em parte como psicóloga e como amiga. Não sei se ela terá consciência disso, mas a dada altura eu precisava essencialmente de alguém que ouvisse os meus medos e me compreendesse, porque os princípios nutricionais e as diretivas para seguir eu já tinha interiorizado. Sim, muitas vezes queremos poder dizer apenas
"tenho medo de ser gorda" e queremos que aceitem o nosso medo, simplesmente. Sem discursos moralistas. Sem
"não te preocupes com isso" ou sem
"estás ótima, esquece isso". Às vezes, estranhamente, queremos apenas poder preocupar-nos com isso. E queremos que nos digam que não estamos ótimas e que devemos ter cuidado. A Dra. Mariana permitiu-me desabafar sobre os meus medos. E, juntas (sim, porque parte do mérito de não ter engordado deveu-se a ela), permitiu-me "apenas" ganhar 10,5 kgs durante a gravidez. Nunca fiz dieta. Comia como um urso acabado de sair da hibernação. Todos os dias. E abusei da "fast food", mesmo sabendo que não devia. Mas introduzi a sopa na alimentação. Caminhei muito. Todos os dias caminhava pelo menos meia hora. Nadei. Continuei a ir ao ginásio. Comia chocolates, mas depois tentava equilibrar com legumes e alimentos mais saudáveis que eram sugeridos. E consegui não me tornar gigante, nem ganhar estrias.
E o depois? Depois, talvez por estar a amamentar, recuperei rapidamente o peso que tinha. Até baixei. Atualmente tenho menos 2 kgs que aquilo que tinha antes de engravidar. Sem dietas. Sem sacrifícios, comendo apenas como sempre comi. A barriga não está igual. Não vou mentir. Quando me sento, a barriga ganha umas ondas novas, e noto que a pele não está tão esticada como antes. Mas a verdade é que também não fiz nada para que a barriga tonificasse! Desde que fui mãe, devo ter feito abdominais no máximo 5 vezes. E não fui assídua nas corridas e no ginásio. No entanto, no último mês, voltei a correr mais assiduamente. Comecei a fazer exercícios localizados. Abdominais incluídos (na última semana fiz duas vezes). E posso agora dizer que estou praticamente igual. Nunca tive um corpo perfeito, por isso, também não é agora que o tenho. Mas nada posso apontar a gravidez como culpada.
Por isso, futuras mamãs, parece-me que nada há a temer. Cheguei aqui, passei pela gravidez, e posso dizer que, pela minha experiência, aquilo que somos depois é basicamente o que éramos antes. A barriga pode ficar um pouco mais flácida, mas nada que um exercício não resolva. As mamas? Até ao momento também me parecem estar iguais. Aproveitem a gravidez. Ah, e posso até acrescentar que ontem bati o meu
record pessoal na corrida: 5 kms em 29 minutos. Nada de espetacular para quem corre a sério, mas um dia especial para mim. E com muito menos horas de sono diárias (continuo a ter uma filha doida que adormece sempre tardíssimo, mas que adoro ;)) e com uma barriga menos tonificada.