sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ritmo alucinante

Estava a ler o título desta notícia - funcionários públicos não aguentam o ritmo alucinante de trabalho - e achei que fosse mais uma daquelas situações em que título deturpava totalmente o conteúdo da notícia em si.

Infelizmente, não foi o caso. E acho que são entrevistas destas que destroem totalmente a imagem dos funcionários públicos. "Ritmo alucinante?". Podem argumentar que têm faltas de condições, salários baixos (ainda que haja estudos no sentido de que, em média, o salário dum funcionário é maior que o salário do setor privado), progressividade lenta na carreira, o que quiserem... Mas ritmo alucinante? Já para não falar do facto de as horas semanais irem ser reduzidas para 35...

Sei que com certeza trabalharão mais que isso, mas não usem a palavra "alucinante", por favor. Convido-os a virem trabalhar comigo uma semana e voltamos a falar.

14 comentários:

  1. ?? AHAHAH! Realmente, são muito engraçadinhos....

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  2. Não generalizemos.
    Eu trabalho para o Estado. Todos os dias faço horas extra sem receber mais por isso. Chego a trabalhar 11 horas por dia. Já tive de trabalhar ao fim-de-semana, tal era o volume de trabalho.
    Não sou uma coitadinha, mas tenho brio e gosto de ir para casa consciente de que mereci os míseros 750€ que ganho todos os meses. Apesar de ser licenciada...
    Bom fim-de-semana.

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    1. Reconheço-me neste testemunho. Ainda na 4ªfeira a minha jornada foi das 9h00 às 20h30....E não, não há lugar a compensação remuneratória....é mesmo por brio profissional e por ter a sorte de gostar daquilo que faço.

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    2. Caras, trabalho no privado, e também nunca ninguém me pagou horas extra. Chama-se isenção de horário. E se o dia normal é até às 7 ou 8 (hoje em dia), tempos houve em que era até às 10, 11, 12 da noite - em média, atenção! Toca a todos.

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    3. Boa Tarde

      Mas provavelmente a cara C. usufrui/ou concederam-lhe isenção de horário, ou seja mais 25% do salário. Eu não.
      Cumprimentos
      ARPG

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  3. Anónimo15:35

    Concordo com os dois últimos comentários. Generaliza se sem se conhecer a realidade, infelizmente.

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  4. Anónimo09:57

    Pippa,
    Não sou sequer trabalhadora, ainda sou estudante, mas acredito convictamente no seguinte: nunca devemos julgar a situação do outro sem a conhecermos completamente. E isto aplica-se a todas as partes. É feio e não leva a lado nenhum.
    Feliz por ter regressado ao blog.
    Inês.

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  5. Anónimo21:15

    e trabalhas à borla pela teu ritmo alucinante??? e quais são as tuas regalias pelo teu ritmo alucianante???

    900€ por mês.. a trabalhar das 8h às 8h??? a levar trabalho para casa...
    e vamos inicio do ano vais... ter o mesmo ordenado que tens desde 2010.. ahh ahh ahh... carro quê? telefone o quê?? vais trabalhar até à 1h da manhã.. jantar o quê??? horas extra o quê???
    é bom de se falar quando se tem barriga cheia! vem para a função publica!

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  6. Anónimo22:05

    Sabes porque a média de salários é superior ao privado? Porque calcula-se com base em salários de ministros, assessores, secretários de estado, chefes de gabinete, entre outros, que ganham um absurdo, se fosse só com o ordenado do Zé povinho pouco devia passar do ordenado mínimo!

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Existem trabalhos exaustantes em ambas as partes (acredito que a maior fatia seja no privado) mas, a inexistência de igualdade na carga horária é sem dúvida mais uma falta de igualdade entre ambos os sectores que ultrapassa os meus limites de entendimento.

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  9. Anónimo07:36

    Existem realidades duras em ambos os sectores...tanto no privado como no público há pessoas que trabalham muito e que não são reconhecidas por isso, e vice-versa! Mas as pessoas têm o direito a ter a sua opinião, e muitas vezes o que revolta as pessoas que trabalham no privado é o facto de TODOS nós contribuirmos para os salários de quem trabalha no público e depararmo-nos com muitas injustiças. Todos nós conhecemos alguém que trabalha na função pública e todos nós conhecemos casos de funcionários públicos para quem o dito emprego é um belo de um tacho! Podem não ganhar muito, podem não ter a progressão na carreira que queriam, podem não estar satisfeitos com aquilo que têm mas em compensação não vivem angustiados se no final do mês são despedidos ou se o local onde trabalham vai fechar! Além disso, ainda está muito presente na memória de muita gente os tempos em que os funcionários públicos punham baixas por tudo e por nada e tinham regalias que compensavam bastante trabalhar para o estado. Toda a gente se deve lembrar dos tempos em que abriam concursos públicos para determinada vaga, mas essa vaga já estava previamente preenchida para um irmão ou filho de alguém que trabalhava na função publica. Além disso, no privado muitas vezes o que acontece se não estivermos satisfeitos com o nosso emprego temos de ir à procura de melhor, mas não há assim tantos funcionários publicos a despedirem-se porque vão trabalhar noutro sitio que os compense mais. Então alguma coisa deve ter de bom trabalhar na função publica.
    O que deixa as pessoas na generalidade indignadas não são os médicos e enfermeiros que se matam a trabalhar, ou os professores que nunca sabem o dia de amanhã, ou ainda os funcionários que estão todos os dias a atender o público em repartições publicas sem o minimo de condições! O que deixa as pessoas indignadas são aqueles que se queixam de barriga cheia, que dizem de barriga cheia que a meia hora a mais que são obrigados a fazer vai servir para ir lanchar ou coisas do genero! Esses sim deixam as pessoas revoltadas!
    Todos temos direito a ter uma opinião, mas muitas vezes em Portugal senão tivermos a opinião da maioria não somos gente! Se calhar é por isso que as coisas andam como andam!

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  10. "Ritmo alucinante" é uma expressão que devia ser proibida em relação aos funcionários públicos... Taditos... é risível no mínimo. Queria saber se já algum deles trabalhou no sistema privado, aí sim, temos ritmos alucinantes e a trabalhar 40h ou mais. Devia era haver igualdade de horas nos 2 sistemas. Pq é que são 35h semanais e não 40h? Muito se queixa esta gente... E têm as progressões congeladas? ora no privado também se tem, se um patrão quiser ter a conversa de que "isto está muito mau" ficamos anos a fio sem um euro a mais no salário ou até menos como já me aconteceu, pq nos dão a escolher "ou ganhas menos ou temos de despedir alguém"... Há um bocado a mania de que se ganham rios de dinheiro no privado e isso não é verdade. As pessoas ganham mal, são super controladas e estão à mercê de um entidade patronal directa, não é o abstrato "Estado". Enfim... não tenho pena nenhuma dos trabalhadores do Estado, especialmente dos que estão nas Finanças e Segurança Social onde a preguiça e pouco profissionalismo imperam (obviamente há excepções).

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    1. Compare o salário de um Técnico Superior na Função Pública com o ordenado da mesma categoria, por exemplo, na banca.
      Trabalham muito? Os FP também. Há excepções? Claro, nos dois lados.

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