quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Começou a maratona dos Óscares

Depois do "Boyhood", foi a vez de vermos o "Birdman". Dois filmes totalmente diferentes, mas dois filmes igualmente originais na forma de narrar a história. Um filme sobre a família e os dramas familiares, o outro filme mais centrado numa única personagem e nos seus fantasmas. Um filme que dura doze anos reais. O outro filme que dura mais que 90 minutos, mas em que o cenário nunca se move. Ambos os filmes a partirem de ideias brilhantes. Ambos a conseguirem despertar em mim uma vontade enorme de regressar ao cinema. No entanto, se, quanto ao primeiro, achei que houve uma ótima ideia totalmente desperdiçada (e eu adorava o Linklater, por isso, ainda mais desiludida fiquei!) que resultou num filme pretensioso e sem história ou profundidade, no segundo caso, a concretização conseguiu encher-me as medidas. Fui a única dos dois: ele adormeceu a meio, devo dizer. Mas eu senti que estava realmente a viver um momento único de cinema. Adorei a prestação do Michael Keaton, num registo completamente louco e com uma entrega total ao papel. Adorei o papel do Edward Norton também num registo mais decadente (se bem que aqueles abdominais não estavam nada decadentes, não...). Achei sobrevalorizada a nomeação da Emma Stone. Adorei o pormenor do baterista, sempre a tocar, até se confundir com o próprio filme, a dada altura. O efeito visual impactante das asas. O cenário, sempre em rotação. A parte do Riggan, personagem interpretada pelo Michael Keaton, a passear no meio da multidão. E o fim. Já não via um fim tão original há muito. Que belo fim! Lembrei-me dos tempos do Magnólia, em que se faziam filmes loucos que nos marcavam. Este marcou certamente. Se é um filme de que toda a gente vai gostar? Não sei. Pela minha amostra, diria que a probabilidade de gostarem é apenas de 50%. Mas serão uns 50% que irão sair do cinema intrigados, a pensar no filme e com vontade de falar nele. Como eu. Serão uns 50% felizes.

4 comentários:

  1. Concordo contigo. O Boyhood foi uma "banhada". Só a ideia é que era boa porque o argumento era do mais aborrecido que existe. Pergunto-me se é possível alguém ter uma vida tão desinteressante como aquele rapaz. O Birdman é giro, original e tem interpretações excelentes mas, depois do Biutiful, esperava gostar mais de um filme do Iñárritu.

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  2. Anónimo01:01

    Não vi o Boyhood, mas gostei bastante do Birdman. Há muito tempo que não via um filme em que praticamente todos os atores são brilhantes! (excluindo a Emma Stone cuja nomeção é das mais chocantes dos últimos anos). Relativamente aos restantes filmes, também gostei do "A teoria de tudo", apesar de ter preferido que se centrassem mais na carreira do Stephen Hawking em vez da relação dele com a primeira mulher. Além disso, estou muito ansiosa para ver o Jogo da Imitação :)

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  3. O boyhood é o único filme dos nomeados para o óscar que ainda não vi. Acho que este ano a escolha vai ser difícil.

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