quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Um pequeno passo para a Humanidade...

... Entretanto, esqueci-me de contar aqui que a minha excelentíssima filha aprendeu, na passada segunda-feira, uma nova habilidade. A minha mãe bem me tinha avisado antes - "pode parecer insignificante, mas vais ficar emocionada quando acontecer, vais ver". E, como sempre, teve toda a razão. A minha mãe não é pessoa de estar sempre a atirar ao ar certezas e de afirmações, por isso, já sei que, sempre que afirma qualquer coisa, seja o que for, vai acertar totalmente. Verificou-se novamente.

Pois então estava eu a fazer algo que faço dez vezes ao dia - mudar fraldas e roupas -, quando comentei com a Constança, a cantarolar: "Já estás limpinha!!". Não foi a primeira vez que disse algo do estilo. Nem foi a primeira vez que cantarolei naquele tom. Dou por mim a cantarolar todas as frases, quando estou com ela, e a dar gritinhos de emoção por tudo e por nada. Tudo é motivo para "muito bem!!!" ou para batermos palminhas de contentamento quando estamos com um bebé, já repararam? Devem ter algo neles (serão aqueles olhos pestanudos em forma de peixinhos? será o cheirinho irresistível que emanam?) que nos faz ficar assim, não sei.

Tudo estava a ser igual a sempre, portanto. Um dia igual a todos os outros. Gestos repetidos. E o "já estás limpinha!!", cantarolado. Só que, desta vez, tive direito a... aplausos! Aplausos. Aplausos que não paravam. Muitos, muitos. Tantas palmas. E eu ali parada, emocionada, com o coração a mil, a garganta apertada. Palmas. Apenas palmas. Até os macacos sabem bater palmas! E, no entanto, para mim, foi todo um turbilhão de emoções. Como a primeira vez que disse "babá!". Até os macacos batem palmas. Até os macacos batem palmas - tive que repetir isto para mim mesma para conseguir desligar o "excitódromo". E, no entanto, por muito que dissesse a mim mesma, tive a certeza, naquele momento, que a minha filha era a sétima maravilha do mundo. O exponente máximo dos bebés. A certeza que o céu existe. Ouvi harpas celestiais. Enfim... Devem mesmo ser aqueles olhos pestanudos em forma de peixinhos que nos emburrecem e tornam ridículos. Ou aquele cheirinho irresistível que lhes sai dos poros e nos deixa atordoados. A minha filha bateu palmas. E eu voltei para o trabalho bem mais feliz e atordoada que quando dei o primeiro beijo, há dezassete anos atrás, a levitar e a sentir que os pés não tocavam no chão.

1 comentário:

  1. Anónimo16:45

    Oh meu Deus que post tão fofo. Ao ler fiquei com um sorriso parvo no rosto.. Obrigada pela partilha.
    Beijinhos

    ResponderEliminar