terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A Teoria de Tudo

Ontem foi a vez de vermos "A Teoria de Tudo". O filme começa bem. Temos a típica cena "rapariga-conhece-rapaz" e sabemos logo que, mesmo tão diferentes, aqueles dois vão ter, inevitavelmente, que acabar nos braços um do outro. A "Teoria de Tudo" começa de forma doce, muito doce. No entanto, por ser o retrato de alguém cuja condição física conhecemos tão bem - o Stephen Hawking - é impossível saborear na plenitude aquele início de doçura. Passei os primeiros trinta minutos do filme com um nó na garganta por antecipação do pior, que sabia que estava para vir a qualquer momento. Foi em vão: mesmo o pior do filme nunca chega a ser tão amargo como imaginava. Porque Stephen parece estar sempre noutra dimensão, acima de tudo, numa dimensão em que as limitações humanas não são obstáculo para nada. E porque a mulher, Jane, parece sempre ter uma determinação, força e caráter tais que nada nem ninguém a poderá deter. Só mesmo Stephen, mas isso é outra história. E mesmo quando Stephen toma "a" decisão, já quase no final do filme (é ver para perceber), Jane reage com dignidade.

Jane é a mulher que qualquer homem podia desejar (ou não fosse o filme inspirado no livro autobiográfico da mesma). Stephen é a mente que todos admiram. É caótico, desorganizado, mas brilhante, e isso atrai todos para junto de si. O filme é uma história de amor. Mas uma história de amor de Jane por ele. Uma história de amor sobre a forma como Jane abdicou de tudo para o ajudar a dedicar-se a desenvolver uma teoria sobre aquilo que ele menos tinha: Tempo. Mas o Tempo é assim, imprevisível, e os dois anos iniciais prometidos de vida a dois tornaram-se mais de vinte. O Tempo é imprevisível e os dois multiplicaram os dois anos e multiplicaram-se a si também. Até já não serem dois, mas quatro. E depois cinco. O filme é uma história de amor. E mesmo quando deixa de o ser, o amor está sempre lá. Mesmo quando mais alguém entra na equação, o amor continua. Esperava que o filme fosse essencialmente sobre o Stephen e a sua obra, sobre as suas teorias, sobre as suas ideias. É essencialmente sobre a sua vida a dois. Mas pela forma brilhante como o Stephen é retratado (o ator é simplesmente genial), e pela possibilidade de conhecermos melhor o seu percurso, já vale a pena. É a minha teoria. Não é sobre tudo, mas é sobre o filme.

5 comentários:

  1. Anónimo11:56

    Também fui ver o filme ontem... Achei a interpretação do ator brilhante! Comovi-me por mais de uma vez e fez-me recuar uns anos e pensar na história dos meu avós, o meu avô cuidou (mais de 15 anos) incondicionalmente da minha avó até ao fim dos seus dias (incluía dar banho, cozinhar, cuidar da casa, etc.). Gosto de acreditar que ainda é possível existirem histórias de amor assim :)

    Beijinho

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  2. Anónimo14:17

    Devo admitir que fiquei um bocadinho desiludida com o filme. Preferia um maior equilíbrio entre o lado pessoal e o lado profissional do Stephen Hawking, em vez de terem resumido o filme a uma história de amor. Também foi bom conhecer esse lado, mas como ia com a expectativa de perceber melhor de que forma ele mudou aquilo que pensamos sobre o universo fiquei um pouco desiludida. No entanto vale a pena ver o filme, nem que seja só pela representação genial do Eddie Redmayne! Não gostava muito dele e fiquei rendida.

    P.S. - Hoje também dediquei o post aos nomeados aos Óscares e era giro também fazeres as tuas previsões e ver quem acerta nas categorias principais :p

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  3. Eu adorei este filme. Não estava à espera de gostar tanto. E isso é bom.

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  4. estou ansiosa por ver! mas agr é o pequeno de 3 semanas que manda cá em casa...:p

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  5. tenho de ver, por acaso só ouço boas críticas

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