quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Parar para respirar

As últimas semanas foram tão cansativas que não sei como consegui sobreviver (de forma sã!) para contar. O trabalho talvez nem seja mais, talvez seja o mesmo de sempre, não sei, mas conciliar os horários pesados e prazos sempre apertados com uma bebé e um marido que precisam de nós (e nós deles, claro), nem sempre é tarefa fácil. Não vou mentir: há dias em que me apetece gritar. Não tenho posto os pés no ginásio (nem na rua, na verdade). Não tenho falado com amigos ou com a família. Não tenho tido um momento para mim. E desde ontem, finalmente, estou a conseguir parar para respirar.

No outro fim-de-semana dei por mim a desesperar: queria fugir para algum lugar paradisíaco, ele estava numa onda mais "caseira", desentendemo-nos, portei-me como uma adolescente a fazer birra. Chateámo-nos, eu estava com zero paciência para ser contrariada e acabei a explodir. Explodi. Há dias assim, não há? E podia não escrever isto aqui e falar, por exemplo, do "Interstellar" (que entretanto já vi), mas o blog é meu e gosto de sentir que aqui sou transparente. Há dias de amor. Mas há dias de explosão também. E se isto é sobre o meu dia-a-dia, tenho que ser honesta comigo mesma. Há dias de explosão, sim. Felizmente, são muito muito raros. E verdade seja dita que sou sempre eu a explosiva. Explodi. Foi um fim-de-semana mau. Mas que depois veio seguido de uma semana melhor e mais pacífica. E de um fim-de-semana de completo descanso longe de tudo. Às vezes é preciso demolir para começar de novo a construir. E construímos um fim-de-semana só para nós. Fomos até Vidago. Namorámos. Sentimos a calma do lugar. O silêncio. Respirámos o ar puro. Fizemos uma pausa. Fomos só nós, sem a pressa do dia-a-dia, o relógio a correr, o trânsito, os prazos, os telefones a tocar. Só nós. Em pausa. Até que o tempo (maldito tempo, que nunca aguenta muito tempo quieto) recomeçou. Mas mais calmo. O tempo tem passado mais devagar desde domingo. E espero conseguir manter este ritmo nos próximos dias. De qualquer das formas, teremos sempre Vidago.

4 comentários:

  1. Como te entendo! Com a diferença que não tenho uma filha, mas tenho pais e irmão e um namorado. E tive uma semana verdadeiramente infernal de reuniões, discussões, problemas para resolver! Felizmente passou e já acalmou. Mas foi uma semana de muitos estragos! E de muitas explosões.

    Bjinho

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  2. Anónimo13:28

    Eu até tenho tempo para respirar... Mas dói-me nas costelas! Espero que não seja uma pneumonia=o Tenho que arranjar tempo para ver isto;p Ass. Uma amiga a quem deves um jantar!

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  3. Há fases assim. E momentos assim. Implodimos primeiros e explodimos depois, quem está mais próximo sente o impacto. Mas porque amamos pedimos desculpa. Porque nos amam, eles compreendem. E depois vem o silêncio, a normalidade e o amor mais sereno, que nos é tão familiar.

    Beijinho Pippa.

    Maria das Palavras
    http://daspalavras.blogs.sapo.pt

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  4. Sem dúvida que há dias assim. Todos temos. E principalmente quando existem bebés pequenos e as nossas hormonas ainda andam aos pulos. Nem tudo são rosas. Faz parte. Respiramos, e depois passa com o mimo e carinho e vontade de estar juntos! Somos humanas é isso.

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