terça-feira, 6 de setembro de 2016

XX e XX vs XX e XY

Dei um jeito ao pescoço no último treino e andava há dias como se tivesse engolido uma vassoura - muito esticada, sem conseguir mexer o pescoço para um lado nem para o outro.

Como não sabia mais o que fazer, marquei consulta num osteopata e fui lá hoje. Levava uma camisola larga e com decote em forma de barco tanto à frente como atrás, para lhe dar espaço de manobra. Só que, quando lá cheguei, ouvi algo que não estava à espera - "dispa-se, por favor". "Dispo? Mas é só o pescoço que me doi", disse eu, enquanto tentava parecer descontraída e relaxada. Não estava. Era um homem, pouco mais velho que eu, não havia mais ninguém em todo o gabinete, a rececionista tinha ido almoçar e senti-me desconfortável. "Tem que se despir, porque tenho que ver onde está a origem do problema. Até pode estar na anca".

Continuei a sentir-me desconfortável, mas lá o fiz. E ainda bem que fiz, porque saí de lá, uma hora depois, a sentir-me praticamente nova e quase sem dores.

Sei que para os profissionais da área da saúde deve ser indiferente o sexo da pessoa que lhes aparece à frente. Mas não me lixem: é sempre diferente, pelo menos numa primeira consulta, estar à frente de um homem ou de uma mulher, principalmente se for duma idade próxima da nossa. E, ou a pessoa que está à nossa frente é tão profissional e descontraída que, a dada altura, já nem nos lembramos que é um homem - é apenas um ótimo profissional, como era o meu ginecologista - ou, então, o desconforto mantém-se e nada feito. Neste caso, mais vale mudar.

Talvez por isso, há uns tempos, uma pessoa conhecida me disse que tinha tido um treino com um PT e que desistiu logo. Agora só queria ser treinada por mulheres.
- Mas desististe porque era desconfortável?
- Não chegou a ser. Ele era mesmo muito profissional. Mas assim a probabilidade de haver um momento desses, de desconforto, é de 0%. Prefiro evitar problemas. Até porque o meu marido podia um dia não gostar de me ver a trocar mensagens com ele.

Concordam? Também preferem ser seguidos por pessoas do mesmo sexo?

3 comentários:

  1. carla freitas08:28

    não. o meu Ginecologista/obstetra é homem e não o troco por nada. deve ter mais ou menos a minha idade

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  2. Desde que seja muito profissional não me incomoda, mas fui a um médico que me incomodou tanto que pedi para mudar...

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  3. Anónimo08:17

    Pois tudo depende do médico e da maneira como nos pedem as coisas...por mais que uma pessoa pense que estamos com um profissional, há certas coisas que por vezes custam e que geram algum desconforto!
    Há uns anos atrás ainda andava na faculdade também fui a um médico por causa das costas, tinha dores horriveis na coluna, o médico foi-me recomendado por uma amiga dos meus pais que era paciente dele e disse que ele era óptimo.
    Já no consultório expliquei qual o meu problema onde tinha dores, e ele pediu-me também para me despir e o pensamento imediato foi "mas só me doi aqui na coluna porque me quer olhar para as ancas?", bom pediu-me para ficar em determinadas posições que valha-me deus, não lembrava a ninguém, enquanto ele tocava em determinados musculos e afins, senti-me bastante desconfortavel e só não foi pior porque estava acompanhada, por isso percebo perfeitamente aquilo que sentiste. Até porque depois daqueles malabarismos todos, ele nada concluiu e mandou-me fazer exames..."então quase me põe a fazer o pino e afinal não sabe o que é?"...
    Pode ser na nossa cabeça, mas há de facto situações em que uma pessoa não se consegue sentir bem!

    Beijo
    S.

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