terça-feira, 8 de abril de 2014

Vinte e cinco anos

A minha irmã, a minha eterna pequenina, vai fazer vinte e cinco anos. Vinte e cinco. Só hoje comecei a matutar nestes dois números com calma: dois, cinco. E se primeiro veio o choque com a grandeza do número, depois veio uma certeza: afinal continua a ser pequenina, porque ainda tem toda a vida pela frente. Dei por mim a pensar que, com vinte e cinco anos, a minha vida era tão diferente daquilo que é hoje que sinto que foi outra pessoa que apagou as vinte e cinco velas e não eu. A minha vida estava tão longe daquilo que hoje se tornou que concluí, afinal, que a minha irmã ainda nem chegou à parte mais interessante disto de viver. E posso, por isso, continuar a vê-la assim, como a minha pequenina.

Quando festejei vinte e cinco anos, estava eu solteira há dois ou três dias. Foi um dia estranho e com sentimentos totalmente opostos, porque, por um lado estava meia tristonha por estar sozinha e por saber que tinha magoado alguém que não merecia, e por outro lado tinha as minhas amigas e família mais próximas de mim que nunca, algo que nunca hei-de esquecer. (Sim, eu tinha magoado alguém que gostava de mim e, se pudesse voltar atrás, dava dois valentes estalos ao meu antigo eu, que bem merecia. Adiante.) Não posso voltar atrás. Mas posso perceber que, desde então, cresci. E gosto de acreditar que cresci e muito. A pessoa que apagou as vinte e cinco velas, de facto, não era eu. Era alguém mais incompleto, mais ansioso, mais inconformado, mais sedento de vida. Era alguém mais sonhador, mais idealista, mas também mais insatisfeito. Gosto de acreditar que me tornei uma pessoa melhor. Gosto de acreditar que, com cada vela que acrescentei ao bolo de aniversário, acrescentei também calma, tranquilidade, paz e felicidade. Sim, sou tão mais feliz hoje que aquilo que era aos vinte e cinco... Quando festejei vinte e cinco anos, lembro-me que ainda não sabia bem quem era ou o que queria ser. Estava a estagiar e não me sentia completamente realizada. Estava a começar a tornar-me independente financeiramente, mas ainda precisava dos meus pais. Estava solteira há três dias por culpa minha, mas também não sabia bem se ainda gostava daquela pessoa ou não para continuarmos a namorar. Sentia-me dividida em tudo, sem saber bem o que queria ser da vida ou onde queria chegar.

Passou pouco, mas ao mesmo tempo, sinto que passou uma vida. E, por tudo isto, só posso relaxar perante a idade que a minha irmã está prestes a fazer. Vinte e cinco anos. Afinal é tão pouco...! O que pode ainda fazer... E orgulho-me tanto de ver que é tão mais segura, independente, prática e decidida que aquilo que eu era quando soprei as vinte e cinco velas. Orgulho-me tanto de ver que pode chegar tão longe... Vinte e cinco anos pode não ser nada, mas se a minha pequenina continuar a crescer como tem crescido, tenho a certeza que, em pouco tempo, se vai tornar uma mulher muito mais completa do que eu poderei algum dia ser.

1 comentário:

  1. :') tu és uma mulher mais q completa! Se sou tão decidida pode ser pq tive um modelo q me mostrou que ia errar e bater com a cabeça mas q tudo ia ficar bem no fim! Adoro-te e grande parte do q sou se deve a ti!

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