quarta-feira, 11 de junho de 2014

As duas versões da história

Sábado tive um casamento dum casal de que gosto muito e a quem desejo as maiores felicidades. Sábado tive um casamento e estava excitadíssima não só por, enquanto romântica incurável, adorar celebrar o amor, mas também por ter saudades de festa a sério. Sim, tinha saudades de ter um pretexto para me embonecar, tinha saudades de usar saltos altos, arranjar o cabelo, usar vestidos de festa e acessórios. Passei as últimas semanas por casa, a sair apenas por períodos muito muito curtos, e estava realmente com saudades de ter uma festa com tudo a que tinha direito. A bebé ficou em casa dos meus pais, tirei leite nos dias anteriores e congelei, por isso, até podia beber álcool pela primeira vez em quase um ano sem pesos na consciência... Os dados estavam lançados para ser um dia em grande - e foi. Só que, como em todas as histórias, também esta tem uma versão completamente cor-de-rosa e outra mais realista.
Versão 1
O casamento foi um sucesso a todos os níveis. Quanto à parte que me toca, fiquei com o ego em cima de tantas vezes ter sido abordada por outras mulheres com comentários do estilo: "Estás igual, parabéns!!", ou "Inacreditável que tenhas acabado de ser mãe, estás ótima!!" e por aí fora. Sim, uma pessoa pode dizer que entra por um ouvido e sai por outro, mas há uma parte dos elogios que ficam e fazem bem à auto-estima, não há como negar. Comemos muito bem, dançámos até às 3 da manhã, bebi gin pela primeira vez em muitos meses, pus as conversas em dia e aproveitámos para namorar muito. Sim, foi um sucesso.

Versão 2
O casamento foi um sucesso, mas eu não estava nada igual a antes de engravidar, apesar dos simpáticos elogios. Horas antes, após tentar dois vestidos que não serviam, mesmo com a ajuda da minha mãe - "filha, desiste, vais estragar o fecho, isto não aperta!! - e estar quase a desistir, houve finalmente este vestido que me serviu, não sei como, porque até parece bem justo na cintura. Dois dias antes, a minha amiga B. - obrigada!! - tinha-me emprestado uma cinta para o pós-parto, que apertava tudo e me deixava quase sem respirar. Magreza, a quanto obrigas!! Pensei que com a cinta podia caber em qualquer trapinho dos meus tempos pré-gravidez, mas mesmo assim só a terceira consegui entrar num vestido. Imaginem a frustração... Por outro lado, durante o casamento, os meus pais estavam sempre a mandar fotografias e vídeos da bebé, o que me deixou com o coração nas mãos e gradualmente mais ansiosa por voltar para casa. Também gradual foi o crescimento das mamas. Quem já deu de mamar sabe do que falo. Pode parecer espetacular (visualmente para mim até é), mas fiquei quase a explodir e a sentir imensa pressão. Conclusão: no final da noite, quando cheguei a casa, foi com uma alegria incontrolável que saltei dos saltos, arranquei o vestido e a cinta, respirei finalmente e abracei a minha filha como se não a visse há meses, não a conseguia largar. Acho que quase a afoguei em beijos.

Agora digam lá: que versão preferem? O glamour da primeira, certo? Também eu. Mas não seria inteiramente verdadeira se não vos contasse as duas. Sim, ser mãe é um novo mundo. Não são só os sorrisos que vemos na Caras, em que famílias numerosas com roupas a condizer, cabelos brilhantes e dentições perfeitas posam, elegantemente. Ser mãe também é isto tudo que contei aqui na segunda versão. Pode não ser só glamour, mas é o maior amor do mundo e sinceramente tem compensado tudo. No final da festa, após só umas horas separadas, vieram-me as lágrimas aos olhos de saudades da bebé. Nem um mês tem e já me faz isto. Quero ver onde vou chegar ao fim de alguns anos...

8 comentários:

  1. Anónimo01:13

    E o resto da história do parto?
    Gosto tanto de te ler : )

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  2. Anónimo11:52

    Mesmo que não aches, quem te disse que estavas ótima não mentiu, estas mesmo :o
    quando vi as fotos pensei que eram de quando ainda nem estavas grávida... Aposto que a tua bonequinha é lindíssima!
    Vá lá Pipinha, nós sabemos que é muito melhor estar refastelada no sofa com a pequenina ao colo mas os teus leitores maiiiiilindos querem o final da história do parto. Breve esta a miuda da faculdade e nós sem saber em que dia nasceu.
    Muitos parabéns e muitas felicidades que bem merecem ;)

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  3. Bárbara12:09

    O que queremos mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo saber é o momento do nascimento da Constança :)

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  4. Agora és mãe...é difícil estar longe dessas coisinhas amorosas

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  5. Anónimo23:42

    O cabelo ? Era solto ou apanhado?
    Pareceu-me ver uma ondulação tão gira ;) mas tenho um trauma em fazer caracóis na cabeleireira :o Credoooo

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  6. Quer queiramos quer não ser mãe muda tudo! Tudo! :) E na maioria das coisas para melhor! ;)

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  7. Bom, eu não sei como eras antes mas estás bastante bem, não vejo nada de extravagante nesse corpo recém parido ;)

    Ser mãe muda quase tudo. Muito para pior, algumas coisas para melhor. O mais curioso é que mesmo sendo o pior em maior quantidade, o melhor ganha aos pontos em tudo. Porque é pouca variedade de melhor mas é o melhor do universo eheheh

    Mamas a explodir é tão, tão desagradável...

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  8. Marina11:12

    Adorei esses sapatos!! De que marcam são? adoro a cor e acho que com essa parte da frente dão suporte ao pé e dá para aguentar um pouco de mais tempo de saltos altos. Ando à procura de umas sandálias assim.
    gostei imenso da versão 2, é bom ver que são mulheres reais, e não mostram só aquela faceta maravilhosa e fantástica da vida :)
    gosto imenso do teu blog e desejo te as maiores felicidades para toda a família :)
    beijinho

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