terça-feira, 25 de agosto de 2015

Pequenas guerras na cama

Sempre tivemos uma pequena guerra cá em casa. Em discussão estava o ler ou não ler um livro na cama, antes de dormir. Eu sou totalmente a favor - habituei-me a ler na cama desde que me lembro de saber ler, relaxa-me, transporta-me para outro mundo e sempre foi um dos meus rituais preferidos do dia. Ele encontra-se do lado oposto da guerra - diz que a cama serve é para dormir (ok, e talvez para outras coisas, mas não envolvem livros!), não gosta de ter a luz do candeeiro acesa, faz-lhe confusão tanta luz antes de dormir e não é tão amigo da leitura como eu sou, ficando satisfeito por ler apenas em 2 minutos as notícias no iPad. Como é que temos resolvido esta guerra? A verdade em que nem sei bem responder. Não sei explicar ao certo como é que sobrevivemos, mas terá sido por força de cedências de parte a parte: hoje estás cansado, não leio; hoje estás a ver as notícias no iPad, vou ler mais um capítulo; e assim alternadamente. Quando ele ficava com sono e a luz começava a incomodá-lo, cheguei a ir para a sala acabar determinado livro, porque não conseguia parar de ler naquele momento. Sem discussões. Cedências, portanto. Mas esta guerra teve altos e baixos. Teve vitórias e derrotas. Vencidos e vencedores. Teve o dia em que recebi uma mini lanterna com uma mola para encaixar nos livros (presente duma amiga atenta aos meus dramas familiares) e achei, durante um período de tempo, que o mundo (dos livros na cama) era meu. Só que a abençoada lanterna acabou "comida" pela Malti. Agora que penso nisto a esta distância já não tenho a certeza se terá sido completamente acidental, mas foi assim que o período "lanterna" terminou. Teve ainda a altura em que o convenci a começar a ler também, todas as noites, e chegámos até a ler juntos, cada um o seu livro. Durou pouco. Teve a altura em que decidimos ambos ver filmes ou séries na cama em vez de lermos. Também terminou. E ultimamente eu fazia um esforço para ler mais durante o dia e não ler na cama. Cedências, cedências...
Até que hoje li esta notícia e sinto que a minha guerra ganhou um novo fôlego, com clara probabilidade para mim de a vencer. Só tenho que imprimir umas vinte cópias desta notícia em tamanho A3 e, de seguida, espalhá-las pela cama. Acho que vai acabar por ler quando for dormir. E quem sabe se o convenço a aderir à leitura noturna... Segundo este estudo, 6 minutos de leitura noturna reduzem o stress em 68%, além de esvaziarem a mente e prepararem o corpo para dormir. Além disso, quem lê bastante demonstra melhor memória, melhores habilidades mentais, entre outras inúmeras qualidades. É preciso mais argumentos? Parece-me que esta guerra está claramente ganha. ;)

3 comentários:

  1. A guerra na cama, ou em americano "War of thrones...perdão of beds" :P, é uma guerra intemporal. Conselho: compra um reostato (aparelho que se usa para controlar a intensidade da luz) e liga-o ao teu candeeiro ;)

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  2. Catarina11:42

    Parecido com o que se passa lá por casa!
    Com a agravante que, antes de casarmos, era para ele impensável adormecer sem ser a ver TV! Avisei-o vários meses antes para ir fazendo o detox, que no nosso quarto não ia haver disso... Agora reconhece que adormece muito melhor, e já lhe emprestei livros que fizeram com que voltasse a ler (ainda que só em 10% das noites leia antes de adormecer...baby steps!). Como eu também tenho reduzido o meu ritmo de leitura, muitas vezes lê ele e eu não, ou vice-versa - temos uns candeeiros IKEA com focos pequenos que são ótimos para não fazer muita luz para o resto do quarto! Na prática, é um compromisso diário :)
    Btw, partilhei o artigo com ele directo ;)

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  3. Bem, cá em casa era assim... Mas eu arranjei a solução e até ao momento, parece-me a ideal. Comecei a ler no iPad! Sei que não é o mesmo que folhear, tocar um livro, mas foi a solução possível e a que acabou com uma série de "discussões".

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