Nesse dia, não consegui tirar os olhos da televisão. E quando, um ano e meio depois, fui a Nova Iorque e visitei o Ground Zero, ao mesmo tempo que o Bush apresentava o ultimato a Saddam para abandonar o Iraque ou enfrentar um ataque militar, voltei a sentir-me frágil, insegura, ameaçada, pequenina. O mundo mudou naquele dia. Basta andar de avião para perceber: o controlo, a segurança, os limites impostos,... O mundo mudou. Já passaram 12 anos, mas ainda consigo sentir tudo da mesma forma. Mesmo estando tão longe dos ataques, Nova Iorque sempre simbolizou poder, superioridade, controlo. Naquele dia percebemos, entre mil e uma coisas, que, afinal, nenhuma cidade ou país são intocáveis. Que o fundamentalismo é sempre nefasto. Que o terrorismo pode estar em todo o lado. E, por tudo isso, os meus filhos e netos hão-de ouvir-me falar disto algumas vezes.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Onde estavas no 11 de Setembro?
Acho que, por muitos anos que viva (e espero que sejam muuuuuitos), nunca me vou esquecer do "meu" 11 de Setembro de 2001, e hei-de contar a história aos meus filhos e netos todos os anos, qual ancião que descreve pormenorizadamente onde estava no 25 de Abril. Não é que a minha experiência tenha algo de relevante para contar - felizmente não estava lá, nem conhecia ninguém que lá estivesse-, mas acho importante que as gerações futuras não se esqueçam do que aconteceu. Hei-de contar-lhes o meu dia, e como foi marcado por sentimentos contraditórios: primeiro, a calma, a tranquilidade pós-férias de quem esperava o final do mês para as aulas da faculdade. Os pensamentos irrelevantes que me ocupavam - "tenho que telefonar à X a dar os parabéns". O pequeno-almoço tardio na cozinha, lento, pausado, preguiçoso, de quem ainda está a acordar e a praticamente a reaprender todos os movimentos. A televisão ligada nalgum canal português, a ver um programa matinal qualquer, sem, no entanto, nada ver. Até que, subitamente, a emissão é interrompida. Um avião despistou-se contra as Torres Gémeas e as imagens vão-se sucedendo, repetidas, de vários ângulos. O coração a acelerar, acordo completamente, esqueço o pequeno-almoço, o telefone, tudo. Ninguém sabe o que aconteceu, as teorias vão sendo apresentadas. Até que uma imagem nova surge. Um novo avião ou repetição? Não, é um novo avião. A minha mãe entra na cozinha "estás a ver?". Senta-se ao pé de mim e dá-me a mão. Sentimo-nos frágeis. Inseguras. O que está a acontecer? Até os Estados Unidos são atacados? As câmaras mostram pessoas que saltam das Torres Gémeas, em desespero. E fazem zooms até ao limite das suas (e das nossas) capacidades. Ouvem-se telefonemas de pessoas que estão lá dentro, que ligam aos seus familiares, namorados, maridos. Mensagens de voicemail. Declarações de amor. Despedidas emocionadas. Choros, gritos. Desespero. Até que uma Torre cai. E a outra. Ao caírem, as nossas esperanças ruem também. É o fim do mundo como o conhecemos.
Nesse dia, não consegui tirar os olhos da televisão. E quando, um ano e meio depois, fui a Nova Iorque e visitei o Ground Zero, ao mesmo tempo que o Bush apresentava o ultimato a Saddam para abandonar o Iraque ou enfrentar um ataque militar, voltei a sentir-me frágil, insegura, ameaçada, pequenina. O mundo mudou naquele dia. Basta andar de avião para perceber: o controlo, a segurança, os limites impostos,... O mundo mudou. Já passaram 12 anos, mas ainda consigo sentir tudo da mesma forma. Mesmo estando tão longe dos ataques, Nova Iorque sempre simbolizou poder, superioridade, controlo. Naquele dia percebemos, entre mil e uma coisas, que, afinal, nenhuma cidade ou país são intocáveis. Que o fundamentalismo é sempre nefasto. Que o terrorismo pode estar em todo o lado. E, por tudo isso, os meus filhos e netos hão-de ouvir-me falar disto algumas vezes.
Nesse dia, não consegui tirar os olhos da televisão. E quando, um ano e meio depois, fui a Nova Iorque e visitei o Ground Zero, ao mesmo tempo que o Bush apresentava o ultimato a Saddam para abandonar o Iraque ou enfrentar um ataque militar, voltei a sentir-me frágil, insegura, ameaçada, pequenina. O mundo mudou naquele dia. Basta andar de avião para perceber: o controlo, a segurança, os limites impostos,... O mundo mudou. Já passaram 12 anos, mas ainda consigo sentir tudo da mesma forma. Mesmo estando tão longe dos ataques, Nova Iorque sempre simbolizou poder, superioridade, controlo. Naquele dia percebemos, entre mil e uma coisas, que, afinal, nenhuma cidade ou país são intocáveis. Que o fundamentalismo é sempre nefasto. Que o terrorismo pode estar em todo o lado. E, por tudo isso, os meus filhos e netos hão-de ouvir-me falar disto algumas vezes.
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No dia 11 de Setembro de 2001 eu, no alto dos meus 8 anos estava a ver desenhos animados com o primo mais novo quando de repente os bonecos foram interrompidos por duas torres enormes a cair... apesar da tenra idade nunca mais vou esquecer esse dia
ResponderEliminarO mundo mudou nesse dia,tal como tu, estava na faculdade. Nesse dia passei o dia a ver televisão, a acompanhar tudinho e percebi que o Mundo mudou para sempre.
ResponderEliminarEstava em Budapeste, como turismo. Só me apercebi do que tinha acontecido às 18.30 horas. No hotel onde estava só havia canais de notícias em húngaro e alemão. Não vivi o atentado ao vivo, mas não foi uma boa sensação estar tão longe de casa.
ResponderEliminarEu estava no trabalho mas a falar num chat online com uma amiga quando ela de repente escreve "Um avião espetou-se contra uma das torres do world trade center". Lembro de comentar com ela que aquilo tinha sido um acidente terrivel. Minutos mais tarde ela escreve "Outro avião embateu contra a outra torre".
ResponderEliminarA partir daí parei de trabalhar (estava na altura numa empresa cuja sede é nos EUA) e ficamos o resto da tarde no auditorio a ver a CNN ao vivo. Houve pessoas da nossa empresa que estavam lá nas torres.
A Pippa descreveu tão bem o que aconteceu nessa manhã que me transportou logo para essa altura. Foi horrível. Eu apenas tinha 10/11 anos e ainda me lembro de achar aquilo horrível e chorar só de ver as pessoas a atirarem-se. Ainda choro quando vejo filmes sobre esse ataque...nunca nos devemos esquecer disso, para nos lembrarmos que há sempre alguém que quer mais e que é capaz de tudo para o conseguir. O mundo é mesmo assim, é frágil.
ResponderEliminarObrigada por lembrar :')
Eu tinha 16 anos e estava na praia a passar férias, na ilha de Tavira e quando fui ao café comprar um gelado com a minha mãe, estavam a dar as notícias na tv, as imagens eram tão surreais que a minha mãe até perguntou se aquilo era um filme, ao que a empregada responde, não, é um ataque terrorista!! :S Na semana inteira a seguir estivemos colados à tv, os canais não davam outra coisa. bjs
ResponderEliminarOlá, Pippa.
ResponderEliminarNunca comentei o blogue, mas hoje senti-me tentada a fazê-lo para partilhar a minha pequena história.
Em resposta à sua pergunta, no 11 de Setembro, eu tinha nove anos e, à hora que os aviões embateram nas torres, eu encontrava-me num avião, num voo entre uma ilha espanhola e o Porto. Faltava cerca de uma hora de voo quando, recordo perfeitamente, começou um frenesim indescritível por parte das hospedeiras de bordo e, invulgarmente, o cockpit foi aberto e o piloto passou o resto do voo a "conversar" com os passageiros. Chegada ao aeroporto, a correria, a desconfiança, o desconhecimento tornou o meu regresso a casa desconfortável. Mas não havia informação, não havia comunicação entre as pessoas. Como uma apatia, uma incompreensão comum. Foi o taxista que nos informou do que passava. E, apesar dos meus nove anos, nunca vou esquecer as imagens que vi ao chegar a casa. O quão pequenina me senti. O quão contente por não ter sabido antes de entrar no avião e já estar em casa.
Inês
Eu quase jurava q essa noticia passou pouco depois do telejornal, ao almoço, (umas 2h da tarde) porque lembro-me que a minha mãe já tinha saído para trabalhar. Mas posso estar enganada
ResponderEliminarSim, tenho ideia que foi por volta da 1h, porque a minha mãe também estava em casa. Eu é que estava em modo ferias ;)
EliminarEu estava aqui http://sweetsweet2.blogspot.pt/2012/12/11-de-setembro-de-2001.html
ResponderEliminarA história do que se passou naquele dia ainda levará muitos anos até ser totalmente revelada. Muito provavelmente nós que vivemos aquele momento em directo, numa era da comunicação instantânea, não iremos saber o que realmente se passou.
ResponderEliminarUma coisa é certa, o teu relato do momento é tão intenso que o consegues viver 12 anos depois, tal como eu ainda consigo sentir o amargo em que se transformou doce que comia no momento em que o segundo avião atingiu o WTC...