Esta é a história de Cecil, da sua mulher (uma Oprah surpreendente), e dos seus filhos, que nascem numa boa casa, com boa comida, boas roupas, boas escolas. No entanto, o filho mais velho quer mais. Quer poder ir a um restaurante e sentar-se em qualquer mesa. Quer andar em escolas com brancos. Quer poder andar na rua livremente, sem medos. Quer igualdade de direitos. Quer fazer ouvir a sua voz. Junta-se a Martin Luther King. Quer fazer História.
A dada altura, dividimo-nos: por um lado, temos um pai trabalhador que sempre fez tudo para dar o melhor à família e proporcionar uma vida melhor. Por outro lado, temos uma mulher insatisfeita - mal agradecida? E temos ainda um filho revoltado - mal educado? Estamos de que lado? Do lado do pai, que age "como se não existisse" na sua própria casa? Do lado da mãe, que só quer atenção e amor? Do lado do filho mais velho, que exige o fim da discriminação com base na raça? No final, vemos que nem tudo é preto e branco: o mundo não tem apenas duas cores. E cada um pode ter as mil razões, cada um está em si mesmo certo e errado. E esta família, afinal de contas, só quer ser como todas as outras. E emociona. Muito. Muito mais que a classificação de 6,5 que é dada no Imdb. Muito, muito mais. E vale a pena ver nem que seja pela surpresa de ouvir o nosso grande Rodrigo Leão de fundo, nem que seja para assistir a participações inesperadas (Mariah Carey, Lenny Kravitz, a própria Oprah, entre actores consagrados), e ainda para relembrar um pouco da nossa História tão recente. Sim, porque esta é também a História de todos nós, e de todos os Cecil e família que a ajudaram a construir.
Parabéns Pipa!! Arrepiei-me ao ler tão lindo texto, estou ausente de Lisboa nesta altura ( sou Angolana e estou neste momento de férias em Angola, e não paro de ver os teaser´s de " o Mordomo e Diana ") espero encontrar quando voltar de férias.
ResponderEliminarPor isso para mim, este texto teve Algo a mais,.
Pipa nunca pares .... parabéns pelo lindo texto..