Eis senão quando… Um novo peão chega e, depois de meio segundo de hesitação a ponderar se arrisca ou não, decide avançar, colocar a sua vida em risco e atravessar aquela passadeira numa luta contra o tempo. Esse alguém lança-se, de forma decidida, e dá um sprint inicial cheio de garra. Um passo, dois passos de corrida, ninguém o para! Até que… a corrida dá lugar a um ritmo de passeio. Um passeio calmo e sereno. Foram dois passos de corrida sem repetição. O transeunte (afinal até consegui escrever duas vezes no mesmo dia – que dia feliz!) atravessa a passadeira tranquilamente, só falta parar para apertar um atacador. E só quando fica verde para os condutores e começa a ouvir o som ameaçador dos motores ligados é que volta a correr. Dois passinhos apenas. É a corrida mais lenta do mundo. A corrida que promete no início, mas que afinal só dura um segundo e meio.
A sério. Reparem nisto na próxima vez que estiverem junto a uma passadeira. Se não virem ninguém a fazê-lo, há sempre a hipótese de estarem vocês mesmos a protagonizarem esse momento. Dois passinhos de corrida. E passo em ritmo de passeio. É sempre assim. Porquê? Não sei. E o pior? O pior é que já dei por mim a fazê-lo mais que uma vez também. “Ai está vermelho, vou ser rápida!!”. Corro dois passos e depois começo a andar. Só quando volto a andar é que reparo que o estou a fazer. “Porque é que estou a andar outra vez? Afinal não estava cheia de pressa?”, mas o corpo tem razões que a própria razão desconhece. O corpo tem um ritmo próprio e estes momentos de passadeira são a prova viva disso mesmo. Dois passinhos de corrida. E passeio. Dois passinhos de corrida. Passeio. Não adianta contrariá-lo. Prometem que reparam? :) Até não é um favor muito grande, como viram.
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