E convenhamos que viver em constante tormento pelo cheiro que as minhas roupas possam inalar não é bom. Não é agradável. Não é uma vida pacífica como aquela a que estava habituada. O desumidificador já está instalado em minha casa e pronto a sugar toda a humidade não convidada, mas fiquei com medo dos danos retroativos, por isso, lavei roupa. E lavei. E lavei. Mesmo assim, parecia que o cheiro se mantinha entranhado e não havia maneira de sair. Sinceramente, a dada altura, pensei mesmo que já seria a minha pele, as minhas células, o meu corpo, o meu nariz a cheirar a humidade, a mofo, porque o cheiro parecia sempre estar ali, a rir-se na mesma cara. Por isso, comecei a abusar do perfume e a insistir nas borrifadelas matinais, logo ao acordar. "Perfume aqui no pescoço. Agora do outro lado. No pulso direito. No pulso esquerdo. Na roupa. Ora bem…. No decote, que agora tenho mais área para perfumar ("Oh yeah"). No cabelo…" Até que, no outro dia, comecei a ouvir os protestos dele.
- Ouve lá, estás a ver se consegues acabar o perfume hoje?
Não percebem nada, os homens. Eu ali a lutar contra um dos males atuais da humanidade: a humidade. Eu ali a travar uma luta silenciosa, daquelas que não abrem telejornais, nem fazem manchetes dos jornais, é verdade, mas que são travadas na descrição das nossas vidas, nos nossos lares. Eu ali a travar a luta duma vida. E interrompeu-me a missão com protestos. Ai estes homens. Só por isso, pela falta de compreensão e solidariedade, vou pedir-lhe para me trazer um perfume novo na próxima viagem que vai fazer, para a semana. ;)
Pippa: 1. Resmungões e humidade: 0
Este dilema lembra-me sempre deste tesourinho da TVI:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=DTU0yh9nEkg :)
Eu nunca teria essa paranóia, uma vez que o "o-meu-nariz-só-tem-efeitos-decorativos".
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