terça-feira, 24 de setembro de 2013

A crise afecta o amor

Li hoje na capa dum jornal que a média do ordenado líquido no Norte se cifra nos 741€, bem abaixo da média nacional de 803€. A crise não é um mito urbano: ela existe e faz-se sentir nos bolsos dos portugueses (principalmente no Norte, pelos vistos), que se encontram mais leves que nunca. A crise existe e afecta famílias e futuras famílias. Faz repensar o almoço ou o jantar fora a dois. Faz repensar a ida ao cinema. Aquele presente de aniversário que até se gostaria de oferecer. Mas, mais grave que isso: faz repensar casamentos e filhos. Não há dinheiro para o trabalhador, como é que vai haver dinheiro para organizar um casamento ou até ter filhos? Por isso, não me surpreendi com a outra notícia que li hoje na capa de outro jornal: este ano, em Portugal, pelos vistos, houve menos quatro mil nascimentos no primeiro semestre que no mesmo período há um ano atrás. Quatro mil bebés... Quatro mil casais que terão olhado para o seu salário e comentado "ainda não.."? Eu acredito que sim.

A crise afecta o amor. Só espero que haja criatividade suficiente para contornar esta causa-efeito.

8 comentários:

  1. Anónimo14:20

    Claro que há criatividade! E mesmo com surpresas, na adversidade, td se resolve! :)

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  2. Pessoalmente ainda não tive filhos por causa desta instabilidade toda. Já algum tempo a minha empresa anda a passar por despedimentos e é difícil tomar uma decisão. Entretanto quero ter, pode ser que para o ano ou no próximo. Já me mentalizei que nunca conseguirei dar aos meus filhos o que os meus pais me deram. Pois ao nível de evolução na carreira é mentira. Pode ser que as coisas melhorem. Tenho esperança.

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  3. faz-nos adiar os sonhos, faz-nos adiar a vida :( os bancos estão cada vez mais reticentes, não ajudam! Não dá para comprar uma casa sozinha e sem fiadores...estamos muito mal :(

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  4. A criste afecta todos e alguns de modo muito grave. É terrível. Mas para aqueles que ainda conseguem ter um nível de vida médio acho que é possível continuar a ter os sonhos dos filhos e casamentos. Ok um casamento menos pomposo. Ok roupas e produtos mais baratos para os filhos ou futuros filhos. Contar bem o dinheiro. Não fazer gastos supérfluos. Planear mais. Muito menos idas ao cinema ou a restaurantes sem dúvida. Mas há alternativas e não ha outro remédio se nao adaptarmo-nos. Ver filmes em casa não é nada mau e também pode potenciar o romance (comer pipocas enroladinhos no cobertor é bom). Cozinhar e comer em casa pode trazer ao de cima o "chef" que ha em nós ;) Embora seja difícil quando nos deparamos com esta realidade, o melhor mesmo é tentar manter o optimismo. Mas é duro saber que nunca vamos poder ajudar os nossos filhos como os nossos pais nos ajudam ainda (aqueles q ainda podem ajudar claro). É duro saber que "por dinheiro de parte" é cada vez mais uma utopia. Esta crise está a demolir muita coisa: a independência de adultos e jovens, o ter uma casa "nossa", o adiar consequente dos filhos. Não me parece que a crise afecte o amor, afecta é o futuro. Faz-nos temer "e se amanhã não tenho dinheiro para comer e para manter a casa que tenho? e se qualquer ficar como fulano x ou y que está desempregado e está a pensar ir para fora?". Enfim... dizem que a retoma está aí. Esperemos bem que sim.

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  5. adia-se a vida.....uma merda! resta-nos esperar por dias melhores....

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  6. Quantos casais vi adiar casamentos... Muitos. Alguns optam por juntar os trapinhos e esqueçam as festas!
    Planos para filhos é para um futuro longínquo, segundo filho, nem se fala! As pessoas tentam, mas cada vez é mais difícil! E algumas vezes, impossível!

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  7. Despesa e preocupações é o que me vem à cabeça quando penso em bebés...

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  8. Anónimo09:52

    casar até é aconselhável, ao menos dividem-se as contas. já os filhos...

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