terça-feira, 12 de novembro de 2013

Conheces o nome que te deram, não conheces o nome que tens

A frase do título do post é do Saramago, não é minha, e encontra-se na contracapa do seu livro “Todos os nomes”. Mas a ideia aqui presente não é nova. Já a mulher dos óculos escuros do livro do mesmo autor - “Ensaio sobre a Cegueira” - dizia, a dada altura: “há dentro de nós uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”. A ideia é, convenhamos, assustadora. Então o nome é apenas uma etiqueta dada por engano? Temos que nos conhecer ao ponto de nos atribuirmos o nome correto? Mas então não nos confundimos todos com o nosso próprio nome, a dada altura? Sinceramente, acho que sim. Que Maria se imagina Rute, subitamente? Que Cristiano se imagina Afonso? Somos o nosso nome, gostemos dele ou não. Aprendemos a responder por ele. Associamo-nos a ele. Aprendemos a aceitá-lo na nossa vida e a definir-nos em parte. Mas até que ponto é que o nome nos define? A Maria será diferente da Rute em parte devido ao nome? O Cristiano terá um destino diferente do Afonso? A Carlota será vista de forma diferente que a Marisa? O Bernardo terá mais amigos que o Rúben?

Nunca tinha pensado muito nisso muito a fundo, mas agora, a ler o livro que referi em cima, a verdade é que comecei a pensar que realmente tendemos a associar diferentes características e personalidades a cada nome, mesmo sem conhecermos a pessoa. Pensem: como veem uma Maria do Carmo? E uma Tânia Vanessa? Quem é o Vicente Maria? E o Leonel José? Se torceram o nariz a algum dos nomes, já me ajudaram na resposta: somos o nosso nome, antes de sermos quem somos. E isso muda-nos? A verdade é que, quando era mais nova, lembro-me de andar a combinar com a minha melhor amiga mudarmos as duas de nome. Achávamos que os nossos nomes nos reduziam e que merecíamos nomes mais invulgares. Não queiram saber que nomes desejávamos, porque até tenho vergonha de revelar (o dela, porque o meu, FELIZMENTE, não me lembro, mas sei que devia ser do mesmo estilo assustador), mas chegámos a ir falar com a nossa professora e tudo.

- Professora, nós vamos mudar os nossos nomes, por isso, será que podia começar a tratar-nos pelos nossos nomes novos?
Sim, isto aconteceu mesmo. E seria uma comédia se não fosse uma história tão vergonhosa. Esta história aconteceu e é a prova do peso que os nomes podem ter. Quais são os vossos nomes preferidos? E porquê? :)

13 comentários:

  1. Sim, sim. Julgamos as pessoas pelo nome. Principalmente se não tiverem rosto! Porque se apanhar um menino todo giro chamado Ruben até nem acho o nome mau de todo. De contrário.... Brega.
    E o meu nome também é brega e demasiado anos 70. Mas sinto-me integrada porque há milhentas pessoas com nome igual.
    E conheço pessoas que mudaram de nome. Passaram a usar um primeiro ou segundo nome, mais de acordo com os gostos actuais. Veja-se a bloguer Soraia do Carmo.

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  2. Os meus nomes preferidos são os das pessoas que amo. Sem dúvida alguma. Porque 'aqueles' nomes são mais do que nomes. ;)

    The gLiTtEr Side

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  3. Nunca cheguei ao ponto de falar com a professora, mas adorei a ideia! Ahahahah, o que eu me ri!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Quando eu era pequena não gostava do meu nome porque também queria ter um nome mais comum. Entretanto aprendi a apreciar a certa 'exclusividade nominal' e chego ao ponto de ficar um bocado incomodada quando encontro pessoas com o mesmo nome! Pior que isso só mesmo quando as pessoas me dizem que 'vão chamar igual às filhas porque é um nome raro por estes lados. (mandei um fail escrito por engano)

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  6. Ah, não vamos falar sobre isso! Não vou à bola com o meu, mas sempre me disseram que tinha cara de Tiago! Toda a gente, a vida toda! seja lá isso bom ou mau. Gosto de Tiago e Gonçalo. Já de miúdas gosto de Joana (talvez por ter sido o amor da minha vida) e Inês. As razões? I have no idea!

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  7. Tenho alguns nomes preferidos. Se pudesse escolher o meu provavelmente seria Sofia :) Não sei porque soa-me bem, aquele sssssssssofiaaaaa. Parece-me macio. Algo assim lol
    Curiosamente um nome que nunca daria a uma filha minha seria Sara. Não tenho nada contra, conheço uma rapariga com esse nome, não o associo a nada de mal, excepto o facto de o associar a algo de bruxaria. Não havia algures em alguma história uma bruxa chamada Sara? Não sei, mas esse nome contém algo "demoníaco" para mim. É uma pancada minha monumental, mas o que posso fazer? lol (curiosamente nunca disse isto a ninguém, não calhou em conversa)

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  8. Já eu queria ter um nome mais comum. Hoje em dia adoro-o e não o trocava por nada. De resto, adoro Maria e Francisco. Porquê? Não faço ideia, mas que gosto, gosto!

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  9. Anónimo00:49

    O meu nome é Ana, mais comum não podia ser. Sempre quis ter um nome mais raro e diferente, mas às vezes vejo nomes que me fazem ficar agradecida por os meus pais não se terem lembrado de nada mais estranho. Quando era mais nova também pensei em mudar de nome, não o nome próprio mas o apelido que é pouco comum e proporciona alguns trocadilhos, mas agora já não o faria. Em relação ao peso de um nome e de ele ter alguma influencia naquilo que nos tornamos, penso que se tivesse outro nome não seria diferente da pessoa que sou hoje, mas ao mesmo tempo não pondero a ideia de mudar de nome (nem sequer ficar com o apelido de um futuro marido) porque acredito que o meu nome é parte da minha identidade.

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  10. Anónimo11:05

    Sou Ana Sofia mas sempre me trataram pelo segundo nome, de que gosto muito. Mas Ana... Ana não gosto. Já pensei em retirar. É um nome tão de mulher "pão sem sal", "mosquinha morta". Sou definitivamente uma Sofia!

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  11. Anónimo12:01

    Eu sou Marta Fernanda (não Maria Fernanda como me confundem a toda a hora e até o escrevem nos recibos das farmácias). Odiei ser Marta Fernanda dos 3 aos 14 anos porque era a forma que os meus colegas tinham para me distinguir da Marta Cristina (combinações de pódio dos nossos respectivos pais).
    Cresci e agora sou simplesmente Marta, adoro toda a gente me diz que tenho cara de Marta seja isso bom ou mau.

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  12. No início não gostava do meu nome, chamo-me Jeanyne e acho que a minha mãe exagerou muito nas peculiaridades lol! Mas curiosamente não tenho nenhum nome que gostaria de substituir, acho que aprendi a gostar dele e agora vivendo na França, percebo que aqui é um nome comum. Para homem adoro o nome do meu marido "Fernando", também gosto de Daniel, Gustavo e Fabian (o do meu filho).
    beijinhos

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  13. Eu sou ANA e com muito orgulho... Ana é muito bonito e combina com tudo! Não é nada sem sal :P pode misturar-se com muita pimenta!
    Se um dia tiver uma filha, será Ana Basílio, porque gosto da combinação de feminino e masculino e porque é uma homenagem ao homem da minha vida, o meu pai.

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