sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Nasci para ser bilionária


Quantas vezes ouvimos dizer "ai, eu cá nasci para ser rico"? Imensas vezes, não é verdade? Até porque - sejamos realistas - ninguém vai dizer que gosta de passar dificuldades, ter que fazer ginástica financeira no final do mês ou chegar àqueles dias importantes do ano e não poder dar tudo o que queria às pessoas que mais gosta. Todos nós temos cá dentro um pequeno milionário à espera do dia em que possa ver a luz do dia, certo? Infelizmente esse dia apenas chega para poucos - pouquíssimos - de nós. A verdade é que também eu acho que nasci para ser rica. Mas não milionária. Nasci para ser bilionária, i.e., ter o meu querido cofre (assim ao estilo Tio Patinhas) recheado de biliões de euros.

Estive há quatro anos, com o meu grupo de amigos, numa discoteca chamada, modestamente, "Billionaire", na Sardenha, e tudo me parecia fazer sentido. Até as letras condiziam com o meu vestido. Tudo sinais do destino. Miúdos de 18 anos a pedirem garrafas de Moët & Chandon de 6 litros (!!!), septuagenários bronzeados, com camisas de linho brancas a passear as suas namoradas de 20 e poucos anos, lindas e com 2 metros de pernas, iates estacionados na praia, Louboutins como quem usa havaianas, blá blá blá. Nunca me tinha sentido, numa discoteca, a pessoa mais abaixo na escala social e ali foi o dia. Eu estava abaixo dos empregados que limpavam as sanitas da casa-de-banho daquele sítio, que com certeza eram também podres de ricos. E o que senti ali foi que é tudo relativo: nunca passei dificuldades, mas não sou nem nunca fui rica. No entanto, aqui em Portugal sentia-me uma pessoa dita "normal". Naquele sítio, senti-me completamente pobre. Não é estranho?

Tenho pensado imenso na questão financeira, ultimamente, talvez pelo final do ano que se avizinha. Quando finalmente senti que ganhava bem, para os meus parâmetros, percebi também que estava longe da pessoa que gostava e que isso me impedia de ser uma pessoa preenchida emocionalmente. Passei meses e meses a sentir um vazio no coração em contraste com a conta bancária mais cheia. Agora é mais ao contrário, sinceramente. E o que peço para 2013 é poder ter tudo na dose certa. Oh Senhor Barbudo aí de cima, não mereço ter a minha conta mais cheiinha após me ter esforçado tanto nos últimos anos, a ter inclusivamente que viver sozinha, com vontade de chorar todos os dias, mas dedicada a 200% à profissão? Não está na altura de ter um pouco de tudo: amor e estabilidade financeira? Estava a brincar na parte do bilionária, sabes que não sou materialista. Só preciso de estabilidade e ganhar à altura das minhas responsabilidades e competências.

Será que não podemos ter sorte no amor e no emprego em simultâneo? Temos que ser solteiros deprimidos, mas ricaços ou pobres, mas ricos em amor?

7 comentários:

  1. Eu acho possível, sim. Mas ter sorte no emprego não implica ganhar muito. Mais importante do que isso, é fazer o que se gosta.

    Bjs,
    Eduardo

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  2. Mas o ideal é fazermos o que gostamos e ganharmos à altura, não é? :)

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  3. Fizeste-me rir! Estou com o Eduardo, se eu recebesse o mesmo que agora, mas a fazer o que gosto, estou certa de que não custaria tanto :)

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  4. Eu não pedia muito dinheiro, apenas o suficiente para endireitar a minha vida e a dos que amo. :)

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  5. eu também começo a pensar nisso; será que para ser bem sucedida profissionalmente e ter algum no banco implica que tenha que ficar solteirona??

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  6. Rica em amor também sou.
    Sei que dinheiro não é sinônimo em nada com felicidade. Mas a verdade é que ajuda e muito. Também gostava continuar a ser feliz no resto e ter um emprego e estabilidade financeira. Poder ajudar a família. Poder respirar e viver normalmente. Não me queixo muito, nem peço muito. Só um pouco mais de estabilidade. Só isso.

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  7. Anónimo17:07

    Que giro!! :) Também estive com o meu grupo de amigos nessa discoteca, em 2009, e a sensação foi realmente muito estranha!!! Mas conseguimos, à verdadeiro tuga, tirar fotos na entrada, igual a essa que postaste, "para mais tarde recordar"! (o que nunca ninguém soube foi que ficamos numa casa sem sala, onde os lençóis pareciam tirados da guerra)! Mas isso não interessava nada, o que realmente importava era que estávamos na Sardenha, a fazer férias à bilionário! R.

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