terça-feira, 30 de julho de 2013

A espanholização dos hábitos

Portugal está mais espanholizado ou é impressão minha? A gente nova já não vai para discotecas beber - a gente nova bebe antes. Já não pedem bebidas com nomes complicados nem se passeiam de copos na mão - enchem uma garrafa de sumo e álcool (vodka, gin, whisky, rum, algum vinho?) e vão partilhando com os amigos. Já não correm o risco de beber o desconhecido - bebem o que escolhem, compram e misturam, quais barmen e barmaids das suas próprias bebidas. Já não pagam o impensável no final da noite, pois procuraram o mais barato em cada supermercado até se darem por satisfeitos com o preço. Já não bebem de olhos fechados no meio da pista, ao som da música, enquanto levam encontrões de quem passa - bebem sentados nas escadas ou em muros, enquanto conversam com os amigos. A gente nova não fala castelhano, mas adoptou o "botellón" como se vivesse do outro lado da fronteira.

Hoje de manhã discutíamos ao pequeno-almoço os prós e contras deste novo hábito. Para mim, os prós venciam. Até que alguém me chamou a atenção para dois pontos: e os bares e discotecas? Vão passar a viver do quê? E os jovens não acabam por beber mais, assim? Sendo mais barato não levará a que se embebedem mais? Vou tentar observar nos próximos dias...

5 comentários:

  1. Acho que o botellón chegou e instalou-se na nossa sociedade. A realidade é que as bebidas num bar e discoteca são caras, por exemplo, quantas vezes já pagámos 5€ por uma bebida, em que não se usa nem 10% de uma garrafa. Os aumentos de preço originaram essa realidade.

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  2. Acho que com o botellón os miúdos vão para os bares ou discotecas completamente a cair para o lado (também para não gastar dinehiro). Tem coisas boas sim, mas esse fator negativo (alcoolizarem-se de forma quase instântanea com as misturas que fazem) acho perigoso.

    ***

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  3. Tenho um filho com 19 anos que quando sai com os amigos, carregam o botellón e depois é que vão aos bares e às discotecas. Verdade que não gastam tanto, mas também é verdade que bebem muito mais e acabam a cair para o lado. MEDO! Isso assusta-me muuuiiitttoo.

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  4. Imagina quando chegar a altura dos nossos filhos saírem.

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  5. Acho que comecei a adoptar o bottelón quando entrei para a faculdade e na altura só via os prós. Gasta-se muito menos, passam-se noites na conversa e, a certa altura, acaba-se por não se sentir falta do ar carregado de tabaco das discotecas e do volume que faz rebentar os tímpanos. Mas choca começar a ver miúdos de 14 anos munidos com a garrafinha de plástico cheia de bebidas que supostamente não deveriam beber. E custa ainda mais quando abandonam os "amigos" no meio da rua na altura em que caem podres de bêbados.

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