segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A minha irmã

Começou por ser a minha pequenina. A minha bebé.

Aquele ser mínimo e trapalhão que eu queria proteger com todas as forças.

A minha irmã foi e será sempre, de acordo com o que ficou gravado na minha memória, o bebé mais lindo alguma vez isto. A criança mais engraçada, mais inteligente. A voz mais meiga, mais dócil. A minha irmã foi a criança mais despachada que eu alguma vez, do alto dos meus maduros 7 anos, tinha visto.

A minha irmã cresceu. E disse-me um dia "não és minha mãe". E tinha razão. Não era nem nunca serei sua mãe. A minha irmã tinha razão daquelas razões inabaláveis.

É difícil ser irmã mais velha, por vezes. Queremos ser professores e ensinar. Queremos ser guarda-costas e proteger. Queremos ser almofadas e esperar que deitem em nós a cabeça quando estão tristes. Queremos ser um exemplo a seguir. Queremos ser a voz da razão. Queremos ser a moral. E queremos ainda ser uma amiga. E uma companheira. Queremos ser tanta coisa que, por vezes, nos esquecemos que estamos a SER demasiado e não os deixamos viver.

Minha pequenina. Bebé. Irmã. Desculpa todas as vezes que te asfixiei com os meus ensinamentos. Com os meus conselhos. Com os meus sermões. Espero que agora, do alto da tua idade, percebas que é uma tarefa difícil, esta de gostar tanto assim de alguém. Porque este é um amor único e transcendente. E o melhor de tudo é que sinto que mereceste, mereces e vais sempre continuar a merecer todo este amor que sinto por ti, desde o dia em que nasceste.



2 comentários:

  1. Anónimo12:43

    Deve ser inevitável essa fase do "não és meu pai/minha mãe" entre irmãos que se protegem! Sei que sempre tiveste a melhor das intenções e eu também te quis proteger, à minha maneira :) Muitas das coisas que aprendi foi contigo! Gosto muito muito de ti!

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  2. Anónimo12:45

    Posso contar com a sua resposta hoje como prometido? Rita

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