quinta-feira, 11 de abril de 2013

A minha irmã - é hoje

Ontem dizia-se que era Dia dos Irmãos. Afinal não era. Aproveitaram-se, no entanto, as declarações de amor públicas, por isso o balanço do dia, mesmo tendo partido de um pressuposto errado, foi sem dúvida positivo.

Para mim, no entanto, o Dia dos Irmãos é hoje. Dia 11 de Abril. E porquê? Porque a minha única irmã faz anos hoje. Sem erros, sem pressupostos errados. E sei que é hoje, não porque me contaram, mas porque eu estava lá. Estava lá nesse mesmo dia 11 de Abril, há vinte e quatro anos atrás. Era de tarde, eu estava a ter aulas e com o coração pequenino, pois sabia que a minha mãe tinha ido para o hospital de manhã. "Deve ser hoje que vais ter uma maninha", explicaram-me. Estava radiante. Nem me conseguia concentrar. Fui para o colégio com a bata, como sempre. Mas por baixo tinha roupa nova. "Estás bonita", disseram-me mais tarde. E eu sentia-me mais madura. Mais mulher. Ia ser irmã mais velha, a partir desse dia. Era muita responsabilidade. Exigia-se uma nova maturidade vinda de mim.

A meio da tarde, alguém interrompeu as aulas. Ouvi o meu nome dito, em sussurro, pela empregada à minha professora. O coração ficou a mil. Chamaram-me.
- Estás dispensada. A tua irmã nasceu. Podes sair mais cedo.
Saltei. Arranquei a bata. Mostrei a roupa nova ao mundo, com orgulho. A roupa de irmã mais velha. Corri para os braços do meu pai. Fomos juntos para o hospital.

E foi então que te vi. A ti, pequenina, frágil. De traços tão indefinidos.
- É parecida comigo?
- Ainda não se percebe.
- Eu era igual em pequenina?
- Eras mais moreninha.
- Ela é mais gira, não é? Tão gira. Olha estes olhos de chinezinha. E esta boquinha tão fofinha.
Para mim, eras a criança mais bonita alguma vez vista.

Vi-te crescer. Para mim, no entanto, continuaste sempre pequenina, frágil. A minha "pequenina", apesar de cada vez maior. Desculpa se te protegi demasiado. Sei que já repeti isto vezes sem conta, mas desculpa. Só que ser irmã mais velha é isto: é amar-te incondicionalmente, é querer proteger-te de tudo, do vento, da chuva, dos desamores, das desilusões, das quedas, das nódoas negras ou das dores do coração. Ser irmã mais velha é desejar ser um guarda-chuva emocional, mesmo quando não chove; é querer ser um guarda-sol, mesmo se o Sol já se pôs; ou um pára-vento nos dias em que o vento acalmou. É ser exagerada, é ser sempre demais. Eu sei. Mas não sei ser de outra forma. Tento melhorar, mas está sempre aqui. Faz parte.

Parabéns, pequenina.

7 comentários:

  1. Parabéns à mana pequenina.

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  2. Parabéns para ela =) Eu sou irmã mais nova e sinto essa protecção =)

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  3. Parabéns para ela :)
    Foi mesmo bonito isso que escreveste.

    Fez-me lembrar de quando a minha irmã pequena nasceu :)

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  4. Sou dezasseis anos mais velha do que a minha irmã mais nova e acompanhei todas as suas fases de vida, desde o nascimento, literalmente - assisti ao momento. Tenho três irmãos que são a minha vida, mas a minha caçulinha é um pouco como se fosse minha filha. É especial entre os especiais :)

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  5. A irmã08:18

    :') Não podia ter tido uma irmã mais velha melhor! Beijinho enorme *

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  6. Anónimo23:21

    Estou de costas voltadas com a minha irmã mais nova, e ler isto fez-me chorar :'(

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  7. Anónimo02:10

    minha irma e uma merda e um coco uma bosta

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