terça-feira, 16 de abril de 2013

O parto

Ontem nasceu mais uma bebé: a filha da minha amiga de infância, B. A filha da minha amiga de infância, ainda-ontem-também-ela-criança. Nasceu de parto normal, como a mãe queria. Eu não costumo acreditar em coincidências, mas o que sei é que às 5h da manhã estava eu sobressaltada, acordadíssima e sem conseguir dormir. E isto nunca me acontece, porque durmo sempre como uma pedra, durmo sempre de forma tão profunda que o mundo pode acabar que eu vou desta para melhor sem me aperceber de nada. Sempre... à excepção da noite passada: antes das 5h dei um salto, acordei fresca como se fosse de manhã, e com mil pensamentos, com a cabeça a girar. Tentei perceber porque é que estava nervosa, mas não me ocorria nada. Revi mentalmente as minhas 'to-do list', revi todas as minhas resoluções e, perante a ausência do sono, agarrei-me ao Murakami que dorme junto a mim, na mesinha de cabeceira. Só o larguei já passava das 6h. Fechei os olhos e dormi mais um pouco. Pois horas mais tarde, soube que a B. já estava em trabalho de parto, tendo rebentado as águas... adivinhem quando? Por volta das 5h da manhã! Como disse, não acredito em coincidências, mas que las hay, las hay.

O pai esteve sempre lá, a bebé nasceu cheia de saúde, linda como os pais e estão todos óptimos. Isto levou-me a pensar novamente nalgumas questões: se um dia quererei também parto normal ou cesariana, e se quererei o pai a assistir ou não. Quanto à primeira, sei que não depende totalmente de mim, mas se puder optar, optarei pelo primeiro. Como o nome indica, parece-me mais "normal", menos invasivo e dizem que a mãe pode desfrutar mais rapidamente da maternidade e do bebé, porque recupera mais rápido e pode ir para casa mais cedo. Sei que há quem diga que é mais simples por cesariana, que o bebé sofre menos e que há menos riscos, no entanto, acredito que, com óptimos médicos a acompanharem, os riscos do parto normal também serão diminutos.

Quanto à segunda questão, sinceramente, julgo que o mais importante é ter o pai por perto, mas "por perto" significa que ele poderá agarrar a minha mão, mas também ter a distância suficiente para não assistir ao bebé literalmente a sair. Até porque imagino que, sendo parto natural, não seja de todo espectacular ver uma cabecinha a espreitar das nossas partes mais íntimas e todo o espectáculo envolvido. De igual forma não o imagino de máquina de filmar em riste, qual Steven Spielberg, a realizar um filme para mais tarde partilharmos com amigos, ao jantar. Acho que há momentos especiais que devem ficar apenas gravados na nossa memória, e este é um deles.

Claro que respondo a estas questões com a certeza de que ainda terei muito tempo para pensar, mas estas são as minhas convicções de jovem inexperiente e teórica. Se um dia poderei mudar? Só o tempo o dirá. E os médicos que um dia me acompanhem, claro.

8 comentários:

  1. Parabéns para ela e que sejam muito felizes =)

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  2. Anónimo12:09

    Adoro o teu blog, escreves muito bem e os teus textos são envolventes. Estás de parabéns!
    A minha filha nasceu de parto normal. Apesar de estar quase 24 horas em trabalho de parto, admito que a recuperação pós-parto foi rápida. Passado oito dias, já estava em forma (autêntico). Amamentar também ajuda muito.
    O pai da minha filha foi de uma ajuda preciosa. Não desmaiou ou coisa do género, mas esteve sempre ao meu lado a agarrar a minha mão e a dar-me muita força. E quando ela nasceu, foi comovente ver o meu marido a chorar de alegria.
    Raquel

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  3. Sem dúvida que o pai deve estar SÓ a agarrar a mão. Nem consigo conceber outra coisa. Mas conheço quem tenha assistido a todo o espectáculo. Sinceramente, acho que assistir a TUDO compromete seriamente a vida sexual do casal.

    le-laissez-faire.blogspot.pt

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  4. Estou completa e absolutamente de acordo com o comentário anterior ;) Parabéns à B! Beijinho

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  5. Anónimo14:13

    Parabéns à amiga! Quanto ao parto eu fiz 2 cesarianas e só posso dizer que não tive dores, não fiz esforços e não sofri nada e que fui para casa em 3 dias e os meus filhos sairam redondinhos pois não tiveram que passar por um sitio tão " pequeno". Quanto ao pai a assistir, em um parto esteve e em outro não, por impossibilidade, mas ambos os nascimentos foram gravados e hoje são umas preciosidades que guardo religiosamente!Por isso sou 100% a favor da cesariana ( e que se lixe a história de que quem não teve dores não sabe o que é ser mãe!), claro que acho que o pai deve assistir ( se tiver " tomates " para tal!) e filmar sem dúvida ( os médicos só deixam gravar de certos angulos estejam descansadas !)porque são momento únicos!

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  6. Don't worry, normalmente não deixariam o pai estar a assistir de perto mesmo perto. Eu acho o parto uma coisa nojenta e violentíssima e o meu marido esteve lá, mas atrás de mim para me ajudar e mais nada. A minha sorte é ser uma estupenda parideira, ambas filhas sairam em 2 horas. Mas digo 2 horas desde o primeiro "ai que creio que tenho uma contracção, até sairem disparadas como um sabonete", a ponto do médico se assustar e quase ter deixado cair uma ahahahah. Quanto à cesariana, não opino porque nunca fiz mas concordo com o anónimo, essa cena do "é preciso doer" é completamente parva :)

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  7. Tive o meu de cesariana, não sofri, recuperei bem, fui pra casa ao fim de 3 dias, aproveitei lindamente a maternidade desde o 1º dia e, se tiver outro, mil vezes a cesariana!

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  8. Tive o meu piqueno de parto natural, mas se tivesse de ser cesariana também não ficaria stressada. O que interessa é que as crianças nasçam bem e com saúde :)
    A propósito de partos, se quiseres ler o meu post no meu blogue, chama-se O Início (é o 1º post do blogue)
    http://sweetsweet2.blogspot.pt/search?updated-min=2011-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-08:00&max-results=23
    :)

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