Perfeita. Dona de casa. Perfeita.
O título chamou-me tanto a atenção que não consegui sair do El Corte Ingles sem ele. Era suposto estarmos a comprar os presentes de Natal, mas não resisti e comprei um para mim também. A verdade é que, apesar de viver sozinha desde os 18 anos, de saber cozinhar e gostar de ter a casa minimamente arrumada, nunca fui grande fada do lar, como já aqui contei. Nunca fui e há que saber admitir.
Não faço cupcakes para o lanche, tartes de maçã para sobremesa, cabrito no forno, canja de galinha, não passo a ferro de forma profissional (aliás, só comecei a passar a ferro há uns meses, admito), e podia ficar aqui horas a divagar sobre mil e um motivos por que não sou a tal fada do lar. A minha casa costuma estar minimamente apresentável, come-se às horas das refeições, a roupa aparece lavada e passada a ferro, mas a verdade é que tive durante anos e anos a ajuda de empregada e dos meus pais.
Ao ver este livro, pensei logo "isto é para mim!", enquanto me imaginava de cabelo esticado, maquilhagem irrepreensível, vestido justo, com um avental a condizer, e a retirar uma iguaria do forno e a colocá-la na mesa, sempre de sorriso rasgado e dentes impecavelmente brancos. A imagem da perfeição. Cheguei a casa, li o livro sofregamente, sublinhei, decorei e, no dia seguinte, comecei a pôr em prática. Tal como no dia a seguir, e depois. E sentia-me realmente melhor.
No entanto, aqui há uns dias, no meio das mudanças e da confusão das tralhas que pusemos na casa nova, ele vira-se para mim (talvez assustado por estarmos a jantar no meio de dossiers e livros meus) e diz-me:
- É verdade... Não sei por que me lembrei disto agora, mas chegaste a ler aquele livro?
- Qual livro?
- O da dona de casa perfeita?
- Sim, li quase todo. Aquilo é por capítulos, saltei alguns que não interessavam tanto.
- Saltaste quais? O que dizia que a mesa é apenas para ter pratos, ou o que dizia que os livros se põem nas estantes?, pergunta-me ele, com ar de gozo.
- Pois. Acho que esses saltei.
- Jura!? É que ia jurar que a capa do livro era uma mesa de jantar cheia de livros, tralha e sacos à volta, no chão. Não é?
- Sim, acho que é exactamente assim.
- És uma fraude. Compras um livro desses e nem lês. Aposto que saltaste da capa para o fim. Dona de casa perfeita.... E ria-se, ria-se.
- Sou assim tão má?
- Não. Mas lembrei-me. E tens que admitir que, no meio deste caos, não podia ser mais irónico ter sido essa a tua leitura recente.
Tem razão. À Mónica Duarte - que não conheço, mas sinto que devo fazê-lo - aproveito para pedir desculpa. O livro está impecável e eu ainda não pus em prática nem metade dos truques. Mas hei-de pôr. Eu e ele, que, apesar de o livro ser no feminino, os conselhos são unisexo e hei-de solicitar bastante ajuda no masculino. ;)
Já sigo o blog dela há anos. Mesmo antes de passar a livro. :) Também estou muito longe da perfeição no que respeita a coisas domésticas,mas, ao contrário de ti, já desisti disso. ahahaha! Acho que se conseguir manter-me como estou, já não me safo mal. :)
ResponderEliminar**
Pior que ser uma má dona de casa, é ter um namorado que é uma autêntica fada do lar. Isso sim, te deixa a sentir a pior dona de casa que alguma vez existiu (guilty!) :)
ResponderEliminarhttp://www.bywork.pt/
ResponderEliminardeixo-lhe uma dica pode ser que a ajude, para mim foi um verdadeiro SOS home! :)