- Não tem outra pessoa com que possa falar?
- Temos ali um funcionário da marca ao lado, que pode ajudá-la. Ele também costuma trabalhar aqui.
- Ok.
Chamam-no. Ele era claramente mais novo que eu uns anos, mas muito alto, moreno e muito bem parecido. Estava de fato preto com bom corte e tinha realmente bom aspecto, apesar de ser tão novo. Lá lhe disse qual era o problema do vestido, mostrei e prometeu que ia mandar arranjar ou, em caso de impossibilidade, davam-me um novo. Agradeci e sorri de alívio.
- Agora preciso de lhe pedir que assine aqui. É o talão de arranjo.
- Ok. Já está.
- E preciso do número de telemóvel.
- Muito bem.
- E pode deixar o seu email, para enviarmos as newsletters da marca?
- Sim. Aqui está.
Sorri, e vim embora. Passado uns tempos, lá tinha o vestido novo, porque não tinham conseguido arranjar e estava mais contente.
E já me tinha praticamente esquecido do episódio do vestido e do rapaz bem parecido, quando recebo uma mensagem.... no Facebook! Dele. A mensagem dizia algo como:
- Olá! Desculpe a ousadia, mas não resisti. Fiquei a pensar em si. Parece-me uma pessoa muito interessante e gostava de conhecê-la melhor. Se ficar assustada com estas palavras, peço apenas que acredite que não sou doido e que é a primeira vez que faço algo do estilo. Só que preferi arriscar em vez de ficar toda a vida a pensar nisto.
Na altura, várias coisas passaram-me pela cabeça: 1- como é que alguém parece interessante em dois minutos, enquanto troca um vestido?; 2- porque é que me estava a escrever no Facebook e a tratar-me por "você"? Parecia um complexo de Electra mal resolvido; 3- será que, se respondesse, ia passar a ter descontos naquela marca?
Acabei por responder. Confesso. Na verdade, sabia que ia acabar por vê-lo mais vezes e não queria que fosse constrangedor. Disse-lhe apenas que agradecia as palavras, mas que tinha alguém. Acabei por nunca ver o desconto. Infelizmente. Mas a ele, ainda vejo quando passo naquele piso. Sempre de fato, bem parecido, quem sabe à procura de mais pessoas interessantes entre os provadores, os tecidos e os talões de arranjo.
"como é que alguém parece interessante [...] enquanto troca um vestido?". Provavelmente ele teria acesso a imagens dos vestiários, e pode ter acho interessante o que viu.
ResponderEliminarPodia ter sido, se eu tivesse experimentado o vestido, mas acho que nem foi preciso. :p
Eliminarhahahahahaha ( já que nao gostas do lol) :)
ResponderEliminarCarla Nunes
Eu não escrevo, mas não tenho nada contra ver escrito. :)
Eliminarqual é a loja, quero passar por lá ;)
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