Descobri! Descobri! Descobri algo que sou mais corajosa que o meu homem. Pensei que ia morrer sem ter vivido esse dia, mas afinal ele chegou e até bem cedo. Pois então... Em que sou mais corajosa? Para perceberem, têm que recuar comigo uns anos. Não sou pessoa de grandes fobias (à exceção da terrível aversão a andar de avião, como já contei mil vezes), por isso enfrento todo o tipo de contactos animais sem grandes gritos ou saltinhos. Na verdade, confesso que cheguei a simular alguns gritos, perante a histeria feminina coletiva, quando era mais nova e via todas as minhas colegas guincharem e saltarem quando se falava de cobras ou aranhas. Gritava e saltava, no entanto, por pura simpatia e para não destoar do grupo - nessa idade só queremos ser iguais a todos os outros, não nos queremos destacar por motivo nenhum. Por isso, mesmo que me fosse absolutamente indiferente saber que ali estava uma aranha, eu abria a boca e reproduzia o mesmo som, e mostrava o mesmo esgar de medo que todas elas, sem pensar muito. Cá dentro, nunca senti medo nenhum. Se estava sozinha, brincava com aranhas, apanhava abelhas com camisolas grossas, levava bichos da seda em caixinhas para casa, tentava encontrar cobras nos campos e só não gostava realmente das centopeias e das baratas, por achar mais estranhas. Por isso, nunca passei por nenhum daqueles momentos em que fui, enquanto donzela em perigo, protegida por um rapaz após o confronto com um animal feroz. O único animal de que me podiam proteger era dum avião, mas nunca o souberam fazer.
Assim, cheguei até hoje sentindo-se sempre em pé de igualdade com os homens perante o mundo animal. E com o meu em particular, que também não tem medo de bicheza nenhuma. Bem, achava eu que não tinha. Já nos metemos com todo o tipo de animais e nunca tinha detetado nele qualquer fobia estranha. Até agora. Estávamos num café a comprar duas águas e aproveitei para ir ao WC. O que vi? Uma cauda na sanita. Sim, na sanita. Uma cauda cor-de-rosa gigante a mexer-se. E não, eu não estava drogada nem sob o efeito de medicamentos em doses exageradas. Saí do WC e fui chamá-lo, qual criança traquina, porque achei que ia achar piada à descoberta.
- Anda cá comigo.
- À casa-de-banho?
- Sim, quero mostrar-te uma coisa.
Ele veio a sorrir, talvez convencido que fosse alguma proposta mais marota. Nem olhou para a frente, vinha a sorrir para mim, agarrado à minha mão.
-
Ora espreita!, pedi-lhe.
De repente, ele desapareceu. A minha mão ficou vazia em menos dum nano-segundo.
- Hey!
Ele estava a metros, já, e pálico.
- Estás maluca?? É um rato!! Que nojo!!!!
Sim, o meu homem não tem medo de bicheza nenhuma. Exceto ratos. Venci. No reino animal, Pippa 1. Homens 0.
Vou-te contar: aqui há uns anos comprei uma casa numa zona antiga de Lisboa. Uma bela manhã, estava eu tomando o meu mata-bicho quando vejo um pequeno ser olhar para mim e correr para um canto. Levantei tranquilamente os pés do chão, chamei o meu marido e apontei. Tira-o daqui, disse eu. O meu marido grita, pega num banco de cozinha, sobe e continua a gritar. Ahhhhh um rato, mata-o, tira-o daquiiiiiiiiiiiiiiiiiii. E eu sentada no sofá com cara de parva.
ResponderEliminarlooooooooool
ResponderEliminarHá animais que não tenho medo propriamente, mas tenho nojo, estilo baratas.
xD hahaha boa...eu ratos não me mete impressão alguma! Agora aranhas e centopeias é coisinha para reagir como o teu homem xD
ResponderEliminarEu lembro-me de um vizinho meu a gritar em cima de um banco de jardim a gritar e a chorar, enquanto a sua mulher pegava na cobra com as mãos e a levava para um terreno....
ResponderEliminarlolol, a tua historia esta muito engrançada, e os comentarios aqui deixados com outras historias, tambem estão demais. Estou aqui a rir-me sozinha, e o meu chefe já deve ter percebido que nao estou a trabalhar!
ResponderEliminarUma pausa para nos rirmos das mariquices dos homens, é muito bom!