O filme centra-se na pequena Hushpuppy, uma criança de cabelo desalinhado, pele suja, ar meigo e triste, que veste grande parte do filme pequenos calções de verão e galochas. O tal ar meigo e triste contrasta, no entanto, com a força que o seu pai quer fazê-la acreditar que tem. "Mostra-me os teus músculos", pede-lhe. "Não chores", insiste, quando a vê triste. E sem mãe ou restante família, apenas com um pai duro, frio e ausente, Hushpuppy teria até muito para chorar. Acontece que a vida na Banheira, aquele pequeno lugar perdido do mundo, rodeado de mar, música, e animais parece trazer uma alegria e força à primeira vista inesperados, e Hushpuppy há muito que aprendeu a crescer entregue a si mesma.
Na primeira parte do filme, sentimos uma aversão relativamente ao pai. Mas que monstro é ele? Deixa a filha sozinha, responde-lhe torto, desaparece sem dar satisfação... A pequena Hushpuppy revolta-se, depois acomoda-se, depois revolta-se novamente. E nós temos vontade de entrar dentro do filme, pegá-la nos braços e salvá-la daquela solidão que nenhuma criança merece. Temos vontade de a vestir, dar-lhe banho, alimentá-la e dar-lhe carinho. Só que quem cresceu na Banheira cresceu forte e aquela criança tem uma uma coragem de adulto. Deixa-se ainda levar pelas lições que aprendeu na escola e decide aproveitar os momentos de solidão para deixar a sua história desenhada para os futuros cientistas que por ali passarem a poderem estudar.
Em simultâneo, dá-se o degelo e assistimos aos "aurochs", figuras pré-históricas, que começam a aproximar-se. A realidade cruza-se com a fantasia. O que é real? O que é imaginação? Entretanto, percebemos que o pai está muito doente e é isso que o leva a passar prolongados períodos ausente. A morte aproxima-se. As águas sobem. Os "aurochs" cada vez mais próximos.
Quanto a Hushpuppy, perante um cenário de caos, decide procurar a sua mãe. Onde estará? O pai cada vez pior. Os "aurochs" chegam. Mais uma vez perguntamos: afinal o que é real? O que é fantasia?
O amor parece ser a única certeza que temos - até os mais fortes precisam de amor. Precisam de um pai, de uma mãe. De um lar. E quanto à nossa Hushpuppy, conseguirá encontrar aquilo de que precisa? As suas frases fortes e sábias, que nos vão, de forma decidida, narrando a história, parecem esconder uma solidão e uma tristeza imensas...
Posso dizer que gostei da personagem principal, da sua força, do seu ar destemido, mas que, de todos os filmes nomeados que vi, este foi o que menos gostei. Pareceu-me que o filme se perdeu um pouco entre o real e o imaginário, deixando a pobre criança praticamente entregue a si e aos seus sonhos. Aquilo que mais senti foi vontade de ligar à Segurança Social. Tive que me beliscar e lembrar-me que era apenas um filme. Mas um filme triste, devo avisar.
Na primeira parte do filme, sentimos uma aversão relativamente ao pai. Mas que monstro é ele? Deixa a filha sozinha, responde-lhe torto, desaparece sem dar satisfação... A pequena Hushpuppy revolta-se, depois acomoda-se, depois revolta-se novamente. E nós temos vontade de entrar dentro do filme, pegá-la nos braços e salvá-la daquela solidão que nenhuma criança merece. Temos vontade de a vestir, dar-lhe banho, alimentá-la e dar-lhe carinho. Só que quem cresceu na Banheira cresceu forte e aquela criança tem uma uma coragem de adulto. Deixa-se ainda levar pelas lições que aprendeu na escola e decide aproveitar os momentos de solidão para deixar a sua história desenhada para os futuros cientistas que por ali passarem a poderem estudar.
Em simultâneo, dá-se o degelo e assistimos aos "aurochs", figuras pré-históricas, que começam a aproximar-se. A realidade cruza-se com a fantasia. O que é real? O que é imaginação? Entretanto, percebemos que o pai está muito doente e é isso que o leva a passar prolongados períodos ausente. A morte aproxima-se. As águas sobem. Os "aurochs" cada vez mais próximos.
Quanto a Hushpuppy, perante um cenário de caos, decide procurar a sua mãe. Onde estará? O pai cada vez pior. Os "aurochs" chegam. Mais uma vez perguntamos: afinal o que é real? O que é fantasia?
O amor parece ser a única certeza que temos - até os mais fortes precisam de amor. Precisam de um pai, de uma mãe. De um lar. E quanto à nossa Hushpuppy, conseguirá encontrar aquilo de que precisa? As suas frases fortes e sábias, que nos vão, de forma decidida, narrando a história, parecem esconder uma solidão e uma tristeza imensas...
Posso dizer que gostei da personagem principal, da sua força, do seu ar destemido, mas que, de todos os filmes nomeados que vi, este foi o que menos gostei. Pareceu-me que o filme se perdeu um pouco entre o real e o imaginário, deixando a pobre criança praticamente entregue a si e aos seus sonhos. Aquilo que mais senti foi vontade de ligar à Segurança Social. Tive que me beliscar e lembrar-me que era apenas um filme. Mas um filme triste, devo avisar.
Hushpuppy e o pai na cena que foi transmitida no dia dos Óscares e que a fez mostrar os músculos para as câmaras. (lembram-se?) |
"Estou, é da Segurança Social?" |
Fiquei convencida!
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