domingo, 17 de março de 2013

Nunca me arrependi de nada

Admiro quem pode dizer que nunca se arrependeu de nada. Admiro quem pode dizer de forma convicta que não mudava nada da sua vida, que tudo foi importante para o crescimento e que foi essencial à sua maneira. Eu mudava muito, se pudesse. Penso muito nos "se"s. Tenho dúvidas. Lembro-me daquele dia e como teria sido se tivesse decidido de outra forma. Lembro-me daquele exame e penso como teria sido se tivesse estudado mais.

Mudava muita coisa, se pudesse voltar atrás. Sei que todos os erros ou escolhas contribuíram para aquilo que sou hoje, mas gostava de ser a mesma pessoa com um percurso mais perfeito, sem falhas.

No entanto, se há algo de que nunca me vou arrepender é de, num certo dia, - depois de meses a pensar num "se" específico, com dúvidas, com saudades, com mil conversas com amigas e com a minha mãe sobre o que era o amor - ter parado com as dúvidas e ter decidido agir. Naquela passagem de ano, no final de 2007, não tinha ainda planos: estávamos, eu e os meus amigos, indecisos entre Salamanca, Santiago, ou ficar por Portugal. Éramos alguns, mas não chegávamos a um consenso. Ele mandou-me mensagem a dizer que gostava de estar comigo à meia-noite. Já bastava de tantos "se" e desencontros. Não queria mais dúvidas: disse-lhe que sim, que podia vir connosco. Acabámos todos juntos a jantar, num restaurante manhoso do lado de lá da fronteira, mas perdidos de riso, a conversar horas seguidas, a brindar ao novo ano e à concretização dos nossos desejos. A meio, devo ter engolido a uva passa e pedido para que o novo ano me trouxesse finalmente sorte no amor. E trouxe. Porquê? Porque não houve mais "se"s, não houve mais dúvidas a pairar-me na cabeça. Não houve mais momentos angustiantes em que ouvia uma música, lembrava-me dele e pensava "será que era ele?". Não houve mais momentos a ver um filme, ouvir uma frase e ficar com o coração apertado a pensar nele. Estávamos ali todos juntos, finalmente, a brindar a 2008. E brindámos também juntos a 2009. E a 2010. A 2011. 2012. E por aí fora. Sem "se", sem mais dúvidas.

E pelo menos disso nunca, nunca me arrependi.

5 comentários:

  1. Não acredito muito nas pessoas que dizem que nunca se arrependem, há sempre algo que se pudessemos, teríamos feito diferente. Sempre.
    Adiante, ainda bem que não te arrependes e deste uma hipotese a esse Amor. :)

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  2. Fizeste muito bem, há q dar oportunidade às coisas boas para elas acontecerem. Tbm n m fio mt nas pessoas q dizem isso, n acredito mt q n mudassem algumas coisas. É q uma coisa é dizer q td contribuiu de uma forma ou de outra, p um crescimento e aprendizagem, outra é dizer q n s mudava certas coisas q s passaram na nossa vida.

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  3. Eu quero tanto arrepender-me do que fiz, e não do que deixei de fazer, mas a verdade é que tenho arrependimentos, alguns sim, e se pudesse mudava muitas coisas. Quem sabe só terei chegado aqui porque não fiz determinadas coisas como deveria, mas que as mudava ai isso mudava!

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  4. Eu desconfio sempre que me dizem que "não me arrependo de nada", mas também há que dar um desconto quando te dizem isso. Isso pode querer dizer que a pessoa bloqueou algumas coisas desagradáveis e já não se lembra delas.

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  5. Não acredito quando alguém diz que não se arrepende de nada, não há nada que queira alterar?? Hummmm...É porque não fez nada de nada na vida...E senão o fez também se deveria arrepender disso!
    Um beijinho e boa semana

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