quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cuidado com as bruxas

Crescemos a ouvir falar do Halloween nos filmes e séries que vamos consumindo. “Doce ou travessura?”, perguntam as crianças, mascaradas de algo fantasmagórico, batendo de porta em porta. O objetivo é angariar-se a maior quantidade possível de doces e guloseimas, sendo que o anfitrião corre o risco de, caso não tenha nada para oferecer aos “convidados”, ser brindado com partidas indesejadas. No final da noite, vemos as crianças contabilizarem os sacos arrecadados, com um sorriso rasgado. Na casa ao lado, vemos, no entanto, adolescentes e adultos, elas vestidas com roupas provocantes, justas e geralmente reveladoras, eles vestidos de vampiros, padres ou mortos-vivos. Aí, as teias de aranha e as abóboras espalhadas pela casa são apenas a decoração obrigatória numa festa que se assemelha, se esquecermos as roupas mais improváveis dos convivas, a qualquer outra. Os ingredientes habituais estão lá: música, álcool, dança e muita vontade de divertir. O Halloween é só um pretexto.

Por cá, a moda atravessou o Atlântico e parece que, à semelhança do Dia dos Namorados, veio também para ficar. No entanto, se antes tínhamos o feriado no dia a seguir e que vinha facilitar a adoção do costume americano, agora a festa tem que passar sempre para o fim-de-semana a seguir, sob pena de ir tudo trabalhar no dia seguinte ainda vestido de Drácula, bruxa, fantasma ou vampiro. Quanto a mim, já fui a algumas festas com esse tema e confesso que me diverti a cortar abóboras e desenhar-lhes caretas, a espalhar aranhas pela mesa, teias de aranha fictícias pelos candeeiros, e a vestir-me do mais assustador que me lembrava. A tradição não é nossa? Ok, mas quando o pretexto é festa, quem é que quer saber do porquê? Não tenho o patriotismo de tal forma desenvolvido que me impeça de festejar dias que não tenham sido criados por Afonso Henriques ou pelos seus descendentes. Por isso, se virem uma bruxa a passear Sábado à noite não se assustem. Posso muito bem ser eu. Sim, porque as bruxas não existem… mas que “las hay, las hay!”*.

*E assim me despeço, que hoje é dia de aula de Espanhol. ;)

5 comentários:

  1. Joana14:23

    na verdade, e caso precise de mais uma desculpa, é uma tradição também com raízes portuguesas: http://pt.wikipedia.org/wiki/Coca_%28folclore%29

    ResponderEliminar
  2. Só um reparo. É uma tradição de origem Celta :P Os americanos adaptaram-na e nós adoptámo-la :P
    Bjs

    ResponderEliminar
  3. Não consigo gostar. O facto de ter de usar máscara é logo meio caminho para não gostar.

    nadinhadeimportante.blogspot.pt

    ResponderEliminar
  4. Anónimo01:09

    Tenho 22 anos.
    A primeira vez que decidi festejar o Halloween, mais a minha irmã, uma prima e uma amiga o resultado foi...UMA VERGONHA!
    Oh, só queria um buraco para me enfiar!!
    Lá fomos nós, todas contentes mas cheias de vergonha, percorrer a vizinhança. Toca a tocar nas campainhas, ainda a 'medo' e com vergonha.
    Vizinhos "sim?!"
    Nós "doce ou travessura?!"
    Vizinhos "o quê?!"
    -.-
    NINGUÉM a quem tocamos à campainha conhecia o Halloween...ao fim de algumas portas desistimos, desanimadas e cheias de vergonha...
    o que nos valeu?! termo-nos precavido com doces!!!

    agr penso que as pessoas já devem conhecer um pouco mais e todos os anos vêem miudos cá a casa. quando lhes dizemos para esperar, ficam todos contentes! =) adoro ver as crianças felizes!

    ResponderEliminar
  5. Na minha casa o Halloween é só uma desculpa para ficarmos a ver filmes e a comer doces até de madrugada.

    ResponderEliminar