segunda-feira, 25 de março de 2013

Amigas (im)prováveis

Brasil, 2005. Primeiro, Maceió. Depois Porto Galinhas, com visita a Recife e Olinda. Por fim, Pipa e Natal. Quinze dias que tinham tudo para ser perfeitos. E foram: estava com duas grandes amigas no paraíso, não podia pedir muito mais. Praia, banhos na lama, sky bunda, passeios de barco, snorkeling, viagens de buggy nas dunas, festas na praia, festas em ilhas privadas, caipirinhas, caipifrutas, muito marisco (na altura baratíssimo), muito Sol. As fotos dessas férias comprovam a alegria que sentíamos. Mas, mais que o bronzeado - que durou quinze dias -, mais que as compras ou as fotografias, ganhei algo especial.

Mantive as amigas que tinha e ganhei outra. A V. viajava com outro grupo, mas começámos a falar a meio da viagem, já não sei bem como. Tínhamos um autocarro que nos transportava de cidade para cidade e a conversa lá surgiu. No final da primeira semana, já éramos todos amigos. No final da segunda, inseparáveis. Mas o melhor foi que, após essas férias e mesmo com 300 e tal quilómetros a separar-nos, fomos mantendo o contacto: primeiro o Messenger, depois o telemóvel. Íamos contando tudo uma à outra, apesar de não nos vermos presencialmente nunca.

O engraçado? Três anos depois, encontrávamo-nos novamente no aeroporto da Portela para rumar a Cabo Verde, juntamente com a minha irmã. Amigas como se nos víssemos todos os dias! Uma semana em que comemorámos os aniversários das duas (em datas muito próximas). A Ilha do Sal pode não ser tão interessante como o Brasil, mas é a pouco mais de três horas de Portugal, as viagens têm preços mais acessíveis, a temperatura é quente quase todo o ano, a água é quentinha e a areia branca.

Lá estivemos quase uma semana a conhecer o cemitério dos búzios, as crateras vulcânicas com piscinas de sal natural, a Buracona, o Pirata, entre outras atracções. No fim, despedimo-nos e foi cada uma para a sua cidade. Até que o destino quis que, passado uns meses, vivêssemos na mesma cidade (eu fui para lá trabalhar) e passámos a estar mais vezes juntas, como as amigas ditas "normais". No ano seguinte, nova viagem para o outro lado do Atlântico, dessa vez as duas a rirmo-nos por termos tido coragem de marcar, um ano antes, no aeroporto da Portela sem nos conhecermos propriamente nos termos comuns. Acho que o que nos uniu foi esse lado meio maluco de acreditar plenamente nas pessoas e que é possível sentir logo empatia por alguém, e o gosto enorme por viagens.

Hoje a minha amiga V. está novamente do outro lado do Atlântico a comemorar o aniversário, de volta ao Brasil, mas agora no Rio. Invejo-lhe a sorte e tenho pena de não a ter acompanhado este ano. De qualquer maneira, sei que havemos de viajar juntas muitas mais vezes. E apagar juntas mais velas.
Desejo-te um aniversário muito feliz, V.!! E vai pensando no próximo destino...
Fui buscar esta foto ao fundo do baú. Tem 8 anos, já. Sinto-me velha. 

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