sábado, 2 de fevereiro de 2013

A vida na cidade

 
Sempre me considerei uma pessoa citadina. Gosto de ter tudo a uma curta distância: cafés, quiosques, supermercados, ginásios, lojas, hospitais, etc.
No entanto, à medida que os anos passam e vou ficando mais velha, começo a sentir um apelo que é novo para mim: o apelo à calma, ao sossego e à qualidade de vida que só são possíveis nas zonas mais afastadas da cidade. Detesto trânsito e não consigo imaginar-me a passar duas horas por dia parada na estrada, a respirar monóxido/ dióxido de carbono dos carros que me rodeiam, por isso sei que viver fora do centro urbano é um problema. Por outro lado, pensar em chegar a casa e sentir o contacto com a natureza e não apenas as paredes dum pequeno apartamento, pensar em ter espaço para poder ter animais e para um dia os meus filhos poderem correr e brincar é algo que me faz vacilar.
Hoje foi dia de visitar um espaço que para mim é muito especial. Não vinha aqui há anos, apesar de ser da família. Havia sempre desculpas.O tempo nunca chegava.
Hoje, contudo, o tempo chegou. E, ao entrar aqui, cada segundo durou minutos. O tempo congelou. Multiplicou-se. Porque o tempo pára quando se está longe do rebuliço da cidade. E o perfume que pairava no ar era único. Um silêncio que não há em lado nenhum. Apenas a presença dos animais: galinhas, gansos, cavalos e alguns cães. E o rio, ali em baixo.
Senti que era bem capaz de viver por aqui.
Talvez um dia... Quem sabe?

1 comentário:

  1. Eu vivi durante 1 ano no meio do nada, na montanha e os primeiros tempos eram muito giros. Mas depois, comecei a sentir falta do ar da cidade.

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