quarta-feira, 5 de junho de 2013

Então, como é que vai o ginásio??

O ginásio...? vai andando. Eu? Vou correndo. Sempre que consigo, toca a ir para lá. Quando ia correr para a rua, usava a desculpa do vento. Da chuva. Do frio. Ou da falta de companhia. No ginásio, não há cá ventos, chuvas, frios ou solidões. Aquilo está sempre cheio, das 7h à meia-noite, a temperatura é sempre a mesma e há ainda o "pormenor" da mensalidade. Pois convenhamos que, na luta entre a preguiça e o dinheiro que lá deixei, ganha sempre o dinheiro. Por isso, lá tenho ido três vezes por semana.

O ritual é sempre o mesmo: chego, vou para a passadeira e só saio quando tiver corrido pelo menos 5 quilómetros. Depois, máquinas (às vezes), abdominais e alongamentos. Ora, os 5 quilómetros dão uns valentes minutos, até porque não sou a pessoa mais rápida que o asfalto (ou, neste caso, a passadeira) já viu correr. E, nestes valentes minutos, as passadeiras ao meu lado vão sendo ocupadas por pessoas diferentes. No entanto, nas últimas semanas algo tem acontecido. Como tenho ido à noite em vez de ir à hora de almoço, a fauna desportista que se vê é maioritariamente masculina (não sei bem porquê... estarão a fazer o jantar?). E um rapaz que conheço de vista há mil anos, não sei bem de onde, tem ido sempre para a passadeira ao pé da minha. Já 5 ou 6 vezes o que aconteceu foi o mesmo: cheguei e fui para a passadeira. Passado uns dois minutos, ele apareceu, qual fantasminha escondido atrás duma máquina qualquer. Chega a ser assustador. Hoje, por exemplo, estava eu a ver as minhas séries numa das televisões, toda contente, quando, de repente, pisco os olhos e, ao abrir, lá está ele por baixo da televisão. Voltei a piscar os olhos duas vezes. Seria uma miragem? Não, ele apareceu do nada. Literalmente.

Depois disto, tem começado a competição. De todas as vezes que corri e o "fantasma" apareceu, tive que levar com ele a espreitar o meu visor de velocidade e de distância de dois em dois segundos. É cansativo! Além disso, começou a arfar desalmadamente e a aumentar a velocidade, enquanto olhava para mim, qual "vês? é assim que se corre, ó tartaruga". Aconteceu sempre. O que vale é que aqui a tartaruga corre devagar, devagarinho, mas aguenta mais tempo. Sim, porque ando é a treinar a resistência. Por fim, acaba sempre da mesma maneira: ele abranda, começa a andar. Eu continuo a correr. Então, continua a olhar para o meu visor, depois olha outra vez para mim, como quem diz "vês? no mesmo tempo corri muito mais". Continua a andar enquanto eu corro e só sai quando saio também.

Sinto que tem havido ali um longo diálogo sem palavras. Uma corrida silenciosa. E tenho noção que, a haver uma competição, tenho perdido em velocidade-média. Mas ganho em tempo percorrido. Isso dará um empate, certo? Tenho que chamar o meu anjo da motivação para lhe mostrar de que fibra nós, mulheres, somos feitas. Girl power! Raio de mania que os homens têm de ter que ser melhores que nós em todos os desportos...

5 comentários:

  1. Oh Pippa,

    Já pensaste em não ir para a passadeira até o veres em cima duma e aí já poderes escolher outra mais longe? :P

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  2. Bom, não estou a ver mais nada de nada em que eles possam ser melhores que nós. Dá-lhe essa abébia, por algo têm de se sentir bem.

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  3. Agora fiquei curioso em saber a versão dele. Se é que existe mesmo. O esforço físico não te dará alucinações?

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  4. Aconteceu-me isso ontem no ginásio. Há pessoas que competem por tão pouco. No meu caso, foi uma mulher que não parava de olhar para a minha passadeira.

    homem sem blogue
    homemsemblogue.blogspot.pt

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  5. Podes sempre tentar mudar de passadeira para ver o que ele faz =) Força nisso!

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