quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mãe, isto é para me massajar o pescoço

Ele há namorados ousados, espontâneos e modernos. Há namorados maduros, sem demasiados pudores e sempre prontos a inovar. Deixam os preconceitos em casa e não se importam de aproveitar as longas viagens e esperas em aeroportos, por exemplo, para comprar uns brinquedos novos para a namorada se divertir na sua futura ausência (e não só). A minha amiga (como disse aqui uma vez, já se sabe que estas coisas acontecem sempre à amiga, nunca a nós, felizmente!) tinha um namorado assim. Muitas vezes, intercalava uns perfumes, gomas ou chocolates comprados no Duty Free com uns brinquedos mais ousados. E ela gostava da surpresa. Às vezes era um sucesso. Contudo, outras vezes, o prometido na embalagem revelava-se uma fraude e a surpresa ia descansar para um recanto escondido num dos armários, numa espécie de pena perpétua que tinha que suportar, sem direito a visitas.

O namorado não compreendia muito bem porque é que alguns eram rejeitados por ela, mas já nem insistia. "Não gostaste porquê?", perguntou uma vez. "Porque é assustador, é gigante, até tinha medo". Ele não percebia. Nos filmes aquilo era um sucesso. Mas ela é que tinha que gostar, por isso ele lá fazia um esforço para esquecer os filmes. E assim continuavam a divertir-se. Foi uma fase engraçada. Não viviam juntos e cada vez que se reencontravam havia mil jogos diferentes. Nunca se cansavam. Até que um dia, já essa fase tinha passado, ela estava em casa com os pais e lembrou-se de ir espreitar o recanto dos condenados. Procurou, procurou. Mas não havia maneira de os encontrar.
- Mãe! Tinha uns sacos ali no armário. Por acaso não sabes onde estão?
- Sei. Foi a empregada que os arrumou.
- Arrumou? Porquê? Aquilo estava arrumado.
- Disse que tinhas umas caixas perdidas no armário. E decidiu arrumar.
- Oh!...
- Eram uns aparelhos, não era? Acho que pôs ao pé da elíptica e da bicicleta.
- A sério?
- Sim... Aquilo é o quê? São aqueles aparelhos para a celulite? Até me podias emprestar...
- Não! São para o pescoço e costas. É para massajar.
- Sério?
- Mas não funcionam. Vou deitar fora!
- Que pena...

A minha amiga teve que repensar a pena atribuída. E alterou a prisão perpétua para pena de morte, tendo condenado o pobre brinquedo a um destino num triste caixote do lixo. Mas isto fica entre nós, ok? Porque toda a gente sabe que em Portugal não há pena de morte. ;)
Lembrei-me da história da minha amiga e do massajador ao ver isto ontem:
um novo método para adormecer bebés.

5 comentários:

  1. Por acaso vi esse episódio ontem e fartei-me de rir....

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  2. Anónimo12:37

    O famoso massajador facial :)

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  3. Anónimo12:39

    O famoso massajador facial :)

    Ângela

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  4. Muito bom! Também vi o episódio (aliás tenho-os visto todos) e adorei aquela displicência da Samantha a explicar às outras compradoras da loja as vantagens e desvantagens de cada 'massajador de pescoço'...!

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  5. Estou a ver que anda tudo a rever a série! Muito boa essa cena do episódio :)

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