domingo, 25 de agosto de 2013
Deixa-te levar
Sempre que o fim-de-semana se começa a aproximar, começo a fazer mil e um planos. "O que há para fazer? Até onde vamos? Terei tempo para correr? Marco algum jantar?", etc. Não consigo evitar fazê-lo, preciso de preencher o tempo com programas giros, e sinto que estou a desperdiçar a vida toda se fico um minuto parada. Eu sei que é um exagero, mas, ou estou meeeesmo cansada da semana, ou então é como se tivesse bichos carpinteiros - fico ansiosa por acção e não aguento um minuto parada. O problema é que esta ânsia por agitação nem sempre é partilhada. E então alguém tem que ceder. Este fim-de-semana calhou-me a mim. Tinha mil ideias de coisas giras para fazer, mas pensei que realmente estava na hora de deixar o rapaz descansar dos meus programas todos. Assim, não marquei nada, à excepção de um jantar na Sexta. Pensei "alguma coisa gira há-de surgir depois". Conclusão? Um fim-de-semana que pareceu um carrossel. Foi pior a emenda que o soneto. Não parámos. Quando demos por ela, estávamos a velejar no Sábado. A voar por cima das ondas, que nos agitavam como uma pequena casca de noz indefesa. Eu agarrada às cordas a rezar para não ficar ali no mar com os peixinhos, com rajadas de vinte e nove nós (no momento aquilo pareceu-me um temporal saído dum filme de terror, apesar de, em terra, o mar me ter parecido uma piscina). Acabámos o dia num inesperado jantar com pessoas com idade para serem nossos pais, e a iniciá-los no gin (acho que gostaram mais que nós, tal era o entusiasmo com que queriam repetir). Sem que nada o fizesse prever, chegámos a casa às quatro da manhã. Hoje, acordámos cedinho e lá voltámos para o meio do mar. Fomos sacudidos outra vez. Salpicados de sal, primeiro. Encharcados depois. Senti o meu estômago revirado. Mas a emoção compensou. No fim, descobrimos um sítio com pizzas óptimas, que me soube pela vida, e que mais uma vez não fazia ideia que existia. Foram dois dias, mas juro que me pareceu uma semana. O meu estômago ainda não voltou ao sítio, mas valeu a pena. De qualquer maneira, tenho para mim que, depois desta agitação totalmente não planeada, depois desta falta de sono e doses elevadas de adrenalina, alguém me há-de pedir para voltarmos para os meus programas calminhos e mais seguros. Vamos ver...
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É o melhor da vida. se Ficarmos parados nem se sente o fim de semana. Apesar de saber bem acabamos por nos sentir mais deprimidos por voltar a rotina do trabalho sem ter feito nada de novo :)
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