Estavas abandonado na prateleira. Em saldos. Bem baratinho. Até me pareceste engraçado. Mas sempre ouvi dizer que "quando a esmola é muita o pobre desconfia". Por isso, primeiro fiz o que me competia - desconfiei. Duvidei. Questionei. Peguei em ti com um certo desdém. "Ora deixa cá ver bem. De certeza que ao perto não é o que parece ao longe"... Pensei na regra da distância - ao longe tudo é bonito, o que interessa é ver junto a nós. Mas, feito teimoso, continuavas com bom aspecto, junto a mim. Toquei. Gostei do toque. Experimentei. Assentavas como uma luva. Não magoavas, encaixavas bem. Quis mais. Andei contigo algum tempo. Continuava a gostar de ti. Vi-nos ao espelho, um só. Gostei do que vi reflectido. Bastava. Decidi oficializar. Levei-te até à caixa. O pior que podia acontecer? Anular o negócio e devolver-te. Não aconteceu. Desde aquele dia de Julho na Zara nunca mais me apeteceu largar-te. És confortável. Fazes-me andar nas nuvens. Não me canso de ti. E gosto de ti especialmente à noite. Foste baratinho, mas sabes que mais? Até ao momento o barato ainda não saiu caro. Estou viciada em ti, meu par de sandálias. Espero que aguentes bem o uso que ainda te quero dar.
E são bem giras!! :D
ResponderEliminarO carteira Vazia - eu sei que talvez este local não seja o mais próprio para divulgar uma página, mas não custa nada dar uma olhada rápida pelo meu blog. penso que toda a todos, a crise...
ResponderEliminarhttp://ocarteiravazia.blogspot.pt/