terça-feira, 14 de maio de 2013

Coragem ou apenas fazer o que qualquer um faria?

Acabei de ler aqui que a Angelina Jolie se submeteu voluntariamente a uma dupla mastectomia, pois tinha 87% de probabilidade de desenvolver cancro da mama - de referir que a mãe dela morreu aos 56 anos, vítima de cancro.

Primeiro pensei "uauu que coragem!". Mas a verdade é que depois de reflectir mais um pouco, não sei até que ponto não terá a actriz feito o que qualquer outra mulher, com coragem obviamente, e muita tristeza, faria também. O meu primeiro namorado era órfão desde novo, porque a mãe tinha morrido com um cancro da mama. E conheci bem perto a tristeza, o desespero, a revolta por ter tido uma mãe que passou anos da sua vida a lutar contra um cancro, até perder a luta. Conheci bem o sofrimento dos filhos, ouvi os relatos do sofrimento da mãe, e percebi o impacto que este episódio teve nesta família.

Infelizmente, cada vez mais conhecemos casos destes, ou não fosse o cancro uma das doenças do nosso século e do anterior. Uma doença silenciosa, perigosa, e fulminante. Tento fazer a apalpação em casa, tento estar atenta a qualquer sinal, mas o que é certo é que raramente é possível detectar numa fase precoce. Se fazia o mesmo? Não sei... Mas 87% parece-me realmente um risco tão grande que não pode, de forma alguma, ser ignorado. Agora se se trata de coragem, ou de apenas aquele gesto que qualquer mulher faria, na mesma situação? Não consigo responder. Não consigo imaginar a dor que será ter que perder algo que é parte da nossa feminilidade. Ter que perder algo que marca a nossa silhueta, que é parte da nossa sensualidade e identidade enquanto mulheres. Não consigo imaginar.

16 comentários:

  1. Estou estupefacta, não fazia a minima ideia. É um assunto quer todas as mulheres trazem consigo, arrumadinho a um canto, mas sempre presente. Não sei o que dizer, espero que não chegue o dia da tomada de uma decisão, nem parecida ...ninguém está preparado, mas a sobrevivência impõe-se a todos os outros argumentos.


    jinhosssss

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  2. Eu acho que foi de coragem, mas com todo o risco que corria pouco havia a fazer...

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  3. Foi um acto de coragem, sem dúvida, reforçado pela capacidade financeira que a actriz tem. Até porque a Angelina fez implantes mamários, não perdendo, assim, nem a silhueta, nem a feminilidade, que se mantêm intactos, apesar de tudo.

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  4. Anónimo14:45

    Foi coragem, sem dúvida! Não é fácil perder algo que é nosso desde sempre... Infelizmente, isto não está ao alcance de qualquer pessoa. Nem todas as Marias da terra poderiam fazer um exame genético que detectasse esse gene. Ou uma operação de mastectomia e muito menos as operações de reconstrução que a Angelina deve ter feito... Infelizmente!

    Cris

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  5. Esta mulher intriga-me verdadeiramente.
    Porque ainda q tudo q faça seja p se auto-promover - o q me parece desnecessário já q foi abençoada com uma beleza física q automaticamente a promove - ela escolhe os métodos mais nobres p o fazer: embaixadora dos refugiados (reservando um terço do seu salário p esta causa!), mãe com M grande, são apenas exemplos.
    Se isto é excentricidade p ter mais visibilidade, então quem dera q as pessoas famosas usassem de metade dos seus métodos de "promoção"!
    Não se contenta em ser terrivelmente bonita. A sua última façanha deixou-me absolutamente extupefacta... Dupla mastectomia?! Mais do q uma mulher de tomates, esta é uma verdadeira mulher de peito!
    Bem hajas Jolie...

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    1. Já foi bonita... Está a envelhecer muito mal...

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  6. Falta-te algo neste texto...coragem ou apenas fazer o que qualquer um faria SE TIVESSE O DINHEIRO QUE ELA TEM! Acredito que muitas mulheres no lugar dela, com 80 e tal por cento de hipóteses de ter cancro, optariam pela mesma via se tivesse o poder económico que ela tem...

    le-laissez-faire.blogspot.pt

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    1. E se te disserem q a mastectomia realizada por Angelina Jolie faz-se em Portugal há 10 anos no SNS, de forma gratuita?

      http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=3218901

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    2. E a reconstituição mamária também é? Se assim for, retiro o que disse.

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    3. fazem-se algumas reconstruções, mas nunca com a perfeição desejada.

      como em quase tudo, o dinheiro faz muita diferença nestes assuntos.

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    4. Não é verdade, conheço quem tenha feito operações à mama no SNS e ficaram perfeitas! Como há casos horrorosos no privado. Primeiro são cirurgias, envolve riscos, depois há profissionais e profissionais... seja no público ou privado

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  7. Associado aos IPO´s existem as chamadas Clinicas de Prevenção e Risco Familiar, que acompanham famílias em que a incidência do cancro da mama, estômago e intestino é significativa. Fazem inicialmente um estudo género "árvore genealógica" da incidência do cancro na família e, confirmando-se a probabilidade, os estudos genéticos são feitos. Desconheço se são depois propostas e realizadas estas cirurgias em função do resultado dos testes, porque no meu caso não foi necessário.

    http://www.ipolisboa.min-saude.pt/Default.aspx?Tag=CONTENT&ContentId=1478

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  8. Por acaso também escrevi sobre este mesmo assunto no meu blog. Acho que não é coragem, acho que é inteligência. Talvez um pouco de coragem, tudo bem.

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  9. É coragem porque é uma operação, implica riscos, porque é algo muito definitivo. Porque mexe com a feminilidade de uma mulher. Por outro lado, a feminilidade recupera-se (por assim dizer, ao colocar implantes, sempre se "contorna" a coisa). E por outro ainda, uma decisão deste tipo só significa que a mulher que faz uma coisa destas quer sobretudo viver, ver crescer os filhos, acompanhar o companheiro pela vida fora, fazer parte da vida de todos, da família e dos amigos. Penso que é uma decisão muito matura.

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  10. Eu acho que ela foi corajosa, assim como qualquer outra mulher que fizesse o mesmo o seria!!! Tomar a decisão sem ter efectivamente a doença, ser operada....tudo isso é coragem.

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  11. Tenho uma colega que detectado cancro num dos peitos decidiu tirar os dois, mesmo não sendo aconselhado pelo médico (não valeria a pena, a outra mama estava bem), para reduzir os risco de reincidência...
    Fez o que tinha que fazer, assim com a Jolie, mas não deixam de ser actos extremamente corajosos!

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