Um dia, ela conhece, numa festa da empresa onde ele trabalha, a nova colega dele. Morena, cheia de curvas perigosas, olhar desafiador e sorriso de quem consegue tudo o que quer. Tens uma colega nova? Sim. Não me disseste nada. E contas-me sempre tudo. Não calhou. Ele desculpa-se. Mas o olhar mente. Foste com ela na semana passada naquela viagem de trabalho? Fui. O olhar dele foge.
Passado uns dias, em casa, ele diz-lhe que vai ter que passar dois dias fora. Em trabalho, novamente. Ela vai? Vai, sim. Vamos três. Vão. Ela fica sozinha por dois dias. Entregue a si e aos seus pensamentos negros, sabendo que ele está bem longe perto da tentação. Decide sair de casa e espairecer.
- Hey!, gritam.
- Oh... Por aqui? Mas tu vives do outro lado do mundo.
- Voltei.
- Oh... De vez?
- Sim. Conto-te tudo ao jantar. Queres jantar?
- Sim, claro!
Aceita jantar. Ele? Uma antiga paixão que não deu certo. A única pessoa, para além do marido, que fez bater mais forte o seu coração.
- Nem acredito que estou contigo. Isto é real??
- É. Belisca-me.
- Estás igual.
- Também tu.
- Relembra-me porque é que entre nós as coisas não resultaram.
- Mau timing. E a distância.
- Ai a distância...
- Essa foi a tua desculpa.
- Foi verdade. Não imaginas o quanto custou vir embora.
- Não deve ter custado nada! Nem um bilhete deixaste.
- Não havia bilhetes onde coubesse tudo o que tinha para te dizer.
- Tretas. Olha, um brinde a nós adultos. Olha para ti, de aliança e toda senhora de si.
- Oh. Que saudades que tinha tuas.
E ali ficaram toda a noite a conversar. A recordar. O vinho a subir. Os casacos a cederem ao calor. Aos mãos a tocarem-se por tudo e por nada. Os olhares que nada mais viam. O restaurante fechou. Saíram.
- Eu seguro-te. Estás trôpega.
E foram, bem encostados. Ele a cheirar-lhe o cabelo, qual drogado a sair da ressaca. Ela a relembrar-se do peito largo dele. Não apetecia largar, era viciante.
- Vais contar ao teu marido sobre esta noite?
Ela não sabia. Ele deixou-a em casa. Deu-lhe um beijo bem perto da boca. Era um atrevido. E até amanhã. Ela subiu e sonhou que, por uma noite, aquela almofada era o peito largo dele. Toda ela eram saudades.
A dois mil quilómetros dali, ele ia para a cama com a colega. Mal falaram, foi atracção fatal.
- Esquece que isto aconteceu, ok? Foi do álcool. E foi uma cena física. Esquece por favor. Sou casado.
Foi dormir. Sonhou com a mulher e morreu de saudades dela. Estava arrependido. Que disparate que tinha acabado de fazer. Nem gostava assim tanto da colega!
No dia seguinte, o casal reencontrou-se. Ele trouxe flores, revistas do aeroporto, chocolates e um perfume. Abraçou-a e sussurrou-lhe um "amo-te". Ela sorriu, com um olhar triste, e disse apenas "temos de falar".
*História baseada neste filme, cuja história adoro, e que tem o Guillaume Canet, actor e realizador interessantíssimo.
*História baseada neste filme, cuja história adoro, e que tem o Guillaume Canet, actor e realizador interessantíssimo.
É mesmo de filme isso ;)
ResponderEliminarOh, gostei tanto desse filme.
ResponderEliminarJá vi o filme. Acho uma história bem real e frequente por acaso....
ResponderEliminarMuito giro! Acho que vi esse filme é de facto muuuuito diferente a forma como uma mulher e um homem gerem as emoções :)
ResponderEliminarBj S
Dos meus filmes preferidos!
ResponderEliminarNão conheço o filme, mas fiquei curiosa
ResponderEliminar