quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ainda sobre a polémica

Com os jornais a noticiarem isto e isto e isto, com as páginas criadas no facebook (aquiaqui e ainda aqui) e todas as críticas, só me resta constatar que:
1. Há muito ódio por destilar. Muita gente que precisa de criticar à força toda tudo o que pode, talvez porque se sente frustrada ou triste, ou porque não tem a vida que desejava. Obviamente que também não tenho a vida que desejava, mas sou feliz na mesma, com dias melhores ou piores... E prefiro perder o meu tempo a gostar do que me rodeia, do que a odiar. Nunca perdi tempo com ódios.
2. Assusta-me o fenómeno da crítica massificada. Em dois segundos milhares de pessoas estão a criticar em uníssono o mesmo vídeo, sem muitas vezes pararem para pensar "é mesmo isto que acho ou estou a seguir apenas os comentários dos outros?". É que sinto que muitas vezes se descontextualizam totalmente as declarações e passa-se a comentar apenas com base em... comentários! É um ciclo vicioso perigoso, porque afasta a crítica do objecto criticado e retira toda a objectividade.
3. Os bloggers em causa explicam quais são os seus desejos pessoais para 2013. E repito: pessoais! Quantos de nós não pedimos já, no nosso íntimo, uns Louboutins, uma Chanel, uma gabardina da Burberry, uma Birkin, um BMW, um apartamento junto ao mar, um barco, uma conta bancária recheada? Sonhar não está sujeito a impostos, certo? E é a ambição que nos faz mexer todos os dias. Além disso, basta ver a quantidade de pessoas que joga no Euromilhões!!! E não me venham dizer que é para comprarem livros e ajudarem os pobrezinhos.
4. Uma das críticas mais frequentes é: "com tanto desemprego, como é que estas pessoas podem ser tão fúteis?". E o que acho é que, se há desemprego, tentem arranjar emprego, pensem em ideias de negócios, mexam-se... Quem tem emprego, tem que hibernar até a crise passar, é? Se as pessoas em questão trabalham e têm o seu salário, o que temos a ver com a gestão dos mesmos salários? Nada, certo?
5. Por fim, a minha sugestão é a seguinte: é dito por dois dos bloggers que querem regressar ao essencial e pedem, portanto, menos. Mas o que é certo é que todos os blogs de moda actuais apelam ao consumismo. Talvez esteja na hora de moderar um pouco esse apelo e tentar adequar a moda ao período de crise que vivemos, sugerindo reutilização de peças de roupa, ou publicitando mais marcas portuguesas e lojas de roupa em segunda mão, etc. Blogs de moda vão ser sempre blogs de moda, mas assim passava a haver uma maior identificação por parte dos leitores e um ódio mais controlado. Digo eu.

7 comentários:

  1. Eu estranho foi a adesão gigantesca dos órgãos de comunicação social a esta polémica.

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    1. Também estranhei! Geralmente não aderem aos debates da blogosfera.

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  2. Não podia estar mais de acordo... As pessoas têm esta mania que porque o país está em crise temos que estar todos a viver no limiar da pobreza e ai de quem venha dizer que comprou um mercedes ou que os proximos sapatos sao uns loubotin! a casa cai quando ha uma noticia assim... eu cá prefiro saber que ainda ha gente muito bem na vida do que ver mendigos na rua. não sei porquê tanto ódio às pessoas que, felizmente, ainda têm condições economicas boas nos dias que correm...

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    1. Devia haver mais gente a pensar como tu e contente com quem está bem na vida.

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  3. ups, o comentário acima foi publicado na conta do meu irmão mas foi escrito por mim na verdade...

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  4. Anónimo17:23

    Concordo contigo Pippa! Não há dúvida que se trata de gente frustrada e triste com a vida que leva.
    Seria muito mais saudável se estas pessoas dedicassem o seu tempo a coisas boas e positivas. Agora isto é doentio.
    Nem conhecia as páginas do Facebook que criaram para gozar com a rapariga... Estas pessoas têm um grave problema, só pode! :P

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    1. E o pior é que as pessoas aderiram todas às páginas criadas. Em meia dúzia de minutos 5mil likes. E andamos nós aqui a escrever todos os dias e eu tenho para aí meia dúzia de likes. Eu acho que as pessoas aderem mais ao ódio que ao "gostar". :p

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