Tinha saído na véspera, sentia-me cansada, pálida, com o cabelo sem graça, inchada (fruto de muitas asneiras gastronómicas), com olheiras... Um monstro, portanto.
Almocei com amigos, passeei um bocado, mas sempre a sentir que devia arrastar a minha fealdade rapidamente para casa, porque o mundo merecia melhor.
Até que... ao chegar a casa, vejo um grupo de crianças a jogarem à bola. Abro a porta para entrar, mas a minha cadela foge para a rua perante os gritos das crianças e as promessas de brincadeiras. Vou atrás dela. As meninas adoram-na e começam a brincar com ela. E como eu adoro crianças, lá converso com elas um bocadinho. Pergunta-me uma das meninas, com duas trancinhas e uma voz adorável:
- Vives aqui?
- Vivo.
- Em que casa?
- Nesta aqui.
- Então somos vizinhas! Eu vivo naquela.
- Pois somos.
- Eu nunca te tinha visto.
- Também acho que não.
- Mas agora vou ver-te muitas vezes. Posso dizer uma coisa?
- Claro. Diz.
- Tu és tão bonita!!
E pronto. Meti a fealdade ao bolso. E senti-me a mulher mais bonita do mundo. Ou pelo menos daquele jardim. É que toda a gente sabe que as crianças não mentem. :)
Tão pequenina e já a precisar de óculos.
ResponderEliminarÉ verdade. Elas não mentem.
Mas foi querida, não foi? Míope ou não...
Eliminarassim, qd menos esperamos o "dia não" passa logo a "sim" :) bom ano!!
ResponderEliminarMomento precioso, sem dúvida, daqueles que beeem mais tarde, vais recordar:)
ResponderEliminarJinho
:) tão amorosa!
ResponderEliminarTão bommmmm!!
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