sexta-feira, 10 de maio de 2013

Queria ser escuteira

- Papá, posso ir para os escuteiros? Gostava tanto!
- Não, filha. Desculpa, mas não.
- Ohhh porquê?
- Porque não vais. E não se fala mais nisso.

Hoje, esta história parece um sketch dos Gato Fedorento. Infelizmente (para mim) era o primeiro "não!!" irredutível que ouvia. Ainda insisti com um "não mesmo?". O meu pai não mudou de ideias. Nunca. Perguntei-lhe mais tarde porquê. Disse-me apenas que era tempo perdido e que eu já tinha muitas actividades.

No entanto, sempre que agora vejo grupos de escuteiros penso nisto - "o que estaria por trás daquele não tão decidido do meu pai, o que o levou a ser tão irredutível?" E a única explicação que encontro era a protecção, era o estar a ser pai-galinha. Se não, vejamos: os escuteiros andam sempre todos juntos. Rapazes e raparigas. Elas usam todas saias curtas. Acampam e passam fins-de-semana todos juntos, elas - repito - de saia curta, todos espalhados, a cantar cânticos felizes, pelos montes. Seguem trilhos, aprendem a dar nós, acendem fogueiras e, no fim, entretêm-se a conviver à volta das fogueiras. Rapazes e raparigas. Perdidos pelos montes. Elas de saia curta. Ok... E hoje, a passar por um grupo de escuteiros nos seus doze ou treze anos, apanhei um rapaz a tirar as medidas com os olhos da sua colega escuteira que ia à frente. Ouvi mentalmente o "Nãoo!!" do meu pai e ri-me sozinha. Realmente ser pai deve ser uma tarefa muuuuuito difícil.

3 comentários:

  1. Deves ter visto mal. Hoje em dia são elas que lhes tiram as medidas a eles :P Falo por mim, cof, cof.

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  2. Os pais também têm sempre razão ;) e sim, escuteiros faz, automaticamente, lembrar gato fedorento!

    coisasquetaiseafins.blogspot.pt

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  3. Também tive essa resposta! Não porque não! LOL Mas descobri outra vocação ;) ahah

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